ATA DA CENTÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 26-11-2001.

 


Aos vinte e seis dias do mês de novembro do ano dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila e Raul Carrion. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Helena Bonumá, Humberto Goulart, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Quadragésima Quinta e Quadragésima Sexta Sessões Solenes, que deixaram de ser votadas face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Cassiá Carpes, 06 Pedidos de Providências; pelo Vereador Haroldo de Souza, 01 Pedido de Providências; pela Vereadora Helena Bonumá, o Projeto de Lei do Legislativo nº 289/01 (Processo nº 4402/01); pelo Vereador Paulo Brum, 03 Pedidos de Providências; pelo Vereador Raul Carrion, a Emenda nº 02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 202/01 (Processo nº 2997/01); pelo Vereador Reginaldo Pujol, o Projeto de Lei do Legislativo nº 287/01 (Processo nº 4378/01). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nºs 567, 568 e 569/01, de autoria do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença da Deputada Estadual Maria do Rosário, convidando Sua Excelência a integrar a Mesa dos trabalhos. Também, foram registradas as seguintes presenças: da Senhora Elaine Oliveira Soares, Presidenta da Associação Cultural de Mulheres Negras; da Senhora Fátima Soares, Coordenadora do Coletivo Feminino Plural; da Senhora Ana Lúcia Dagord, Coordenadora da Casa de Apoio Viva Maria. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Télia Negrão, Presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Porto Alegre, que discorreu sobre as atividades desenvolvidas por esse Conselho, notadamente no que se refere à adoção de medidas tendentes à eliminação de atos de violência contra as mulheres, destacando o caráter plural e autônomo da representação proporcionada por essa entidade e referindo-se ao transcurso, no dia vinte e cinco de novembro do corrente, do Dia Mundial pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Raul Carrion, Luiz Braz, Maristela Maffei, Beto Moesch e Nereu D'Avila manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Também, foi apregoado Requerimento de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na Vereança o Suplente Antônio Augusto Bernd, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Ainda, o Senhor Presidente registrou a presença do ex-Vereador José Valdir, Coordenador de Relações com a Comunidade da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Na ocasião, a Senhora Télia Negrão procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, de cópia do relatório final do Seminário Interinstitucional sobre a Rede Local de Prevenção e Combate à Violência nas Relações de Gênero e de Raça, realizado nos dias vinte e oito e vinte e nove de julho do corrente, em Porto Alegre. Às quatorze horas e cinqüenta e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e nove minutos, constatada a existência de quórum. Após, foi apregoada 01 Subemenda, de autoria do Vereador Ervino Besson e subscrita nos termos do artigo 120, parágrafo único, do Regimento, à Emenda nº 78, de Relator, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/01 (Processo nº 3738/01). Também, foram apregoadas as seguintes Emendas, todas subscritas nos termos do artigo 120, parágrafo único, do Regimento e relativas ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/01 (Processo nº 3738/01): de nº 92, de autoria do Vereador Cassiá Carpes; de nº 93, de autoria do Vereador Reginaldo Pujol. Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Raul Carrion, solicitando renovação de votação para o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 001/01 (Processo nº 0799/01). A seguir, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea "g", do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL à Vereadora Maristela Maffei, que relatou a participação de Sua Excelência, em Representação Externa deste Legislativo, na Reunião Latino-Americana de Consulta para a Agenda 21 das Mulheres, realizada nos dias dezenove e vinte de outubro do corrente, na Cidade do Rio de Janeiro - RJ. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Beto Moesch reportou-se à mobilização da comunidade do Bairro São Geraldo e de integrantes do Programa de Orçamento Participativo, com vistas à resolução dos problemas de alagamentos que ocorrem no local. Também, manifestou-se sobre ocupações de áreas localizadas na Zona Sul da Cidade, referiu-se ao Projeto de Lei do Complementar do Executivo nº 007/01 e criticou as políticas ambientais praticadas pelo Executivo Municipal. O Vereador Pedro Américo Leal discorreu sobre folheto informativo de autoria do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, composto de figura alusiva à Bandeira do Estado, criticando o modo como esse folheto foi elaborado e destacando a importância do respeito aos símbolos previstos no artigo sexto da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul. Também, externou sua contrariedade às condições operacionais verificadas no sistema gaúcho de segurança pública. O Vereador João Antonio Dib expressou seu apoio ao pronunciamento efetuado pelo Vereador Pedro Américo Leal em Comunicações, no que se refere ao respeito aos símbolos do Estado do Rio Grande do Sul. Também, teceu críticas à atuação do Partido dos Trabalhadores à frente do Governo Estadual, abordando aspectos atinentes às declarações prestadas à imprensa pelo Senhor Diógenes de Oliveira, Presidente do Clube de Seguros da Cidadania. O Vereador Cassiá Carpes posicionou-se contrariamente ao Projeto de Lei em tramitação no Congresso Nacional, o qual prevê a adoção de medidas que tornam subsidiária a aplicação das normas da Consolidação das Leis do Trabalho na elaboração de acordos e convenções coletivas de trabalho. Ainda, destacou o trabalho desenvolvido pelo Deputado Estadual Sérgio Zambiasi como Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. O Vereador Antônio Augusto Bernd registrou a sua desfiliação, no dia primeiro de outubro do corrente, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro - PMDB e o seu ingresso no Partido Popular Socialista - PPS, procedendo à leitura de Ofício firmado por Sua Excelência e enviado ao Deputado Federal Mendes Ribeiro Filho, Presidente do Diretório Metropolitano do PMDB, comunicando a decisão tomada por Sua Excelência. Na ocasião, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos ao Vereador Antônio Augusto Bernd sobre os procedimentos necessários à formalização, para os registros deste Legislativo, do ingresso de Sua Excelência no Partido Popular Socialista. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elói Guimarães comentou aspectos alusivos ao Projeto de Lei que se encontra em tramitação no Congresso Nacional, o qual estabelece a flexibilização nas normas que incidem sobre as relações de trabalho no País, historiando a criação da Consolidação das Leis do Trabalho e destacando os princípios de proteção ao trabalho defendidos pelo ex-Presidente da República Getúlio Vargas. A Vereadora Maristela Maffei manifestou sua contrariedade às políticas econômicas e administrativas praticadas pelo Governo Federal, notadamente no que se refere às medidas de privatização da Companhia Siderúrgica Vale do Rio Doce, do sistema de telefonia nacional e de instituições bancárias de propriedade do Estado, bem como à instalação de uma base norte-americana no Município de Alcântara, no Maranhão. O Vereador Humberto Goulart abordou aspectos atinentes às dificuldades verificadas no atendimento prestado pelo sistema público de saúde do Município de Porto Alegre, especialmente no que se refere à realização de consultas médicas de áreas especializadas da Medicina, tais como a Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Ortopedia. Também, reportou-se a convênio de atendimento firmado entre o Executivo Municipal e o Hospital Banco de Olhos. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 179 e 202/01, discutidos pelos Vereadores João Antonio Dib e Raul Carrion, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 274/01, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Antônio Augusto Bernd, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 025/01, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Estilac Xavier; em 2ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 098/01, discutido pela Vereadora Sofia Cavedon. Na ocasião, face Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores Sebastião Melo, Juarez Pinheiro e João Antonio Dib, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre o artigo 120, parágrafo único, do Regimento, alusivo à apresentação de Emendas ao Projeto de Lei que estabelece o Orçamento Anual do Município, tendo o Vereador João Antonio Dib formulado Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando manifestação da Procuradoria da Casa sobre o assunto. Também, foi apregoado Ofício firmado pelo Senhor Fernando Strehlau, Secretário-Geral do Diretório Metropolitano do Partido Popular Socialista, informando a filiação do Vereador Antônio Augusto Bernd a essa agremiação partidária. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antônio Augusto Bernd deu continuidade ao pronunciamento efetuado por Sua Excelência em Comunicações, procedendo à leitura do Ofício enviado por Sua Excelência ao Deputado Federal Mendes Ribeiro Filho, Presidente do Diretório Metropolitano do Partido do Movimento Democrático Brasileiro. Também, expressou seu apoio a pré-candidatura do Senhor Antônio Britto ao cargo de Governador do Estado do Rio Grande do Sul. Na ocasião, foram apregoadas as Emendas nºs 02 e 03, de autoria do Vereador Estilac Xavier, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 109/01 (Processo nº 1827/01). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion protestou contra a publicação de mapa constante em um livro didático norte-americano, no qual a Amazônia não está representada como área integrante do território brasileiro. Também, referiu-se à matéria publicada no jornal Folha de São Paulo do dia dezenove de novembro do corrente, intitulada “Governo gasta quarenta e oito por cento a mais com propaganda”. O Vereador Nereu D’Avila discorreu acerca de denúncias de irregularidades no desempenho das atribuições do cargo de Técnico em Enfermagem no Hospital de Pronto Socorro. Também, mencionou que, até a presente data, não foram criadas vagas para o cargo em questão, a fim de que sejam nomeados os candidatos aprovados no Concurso Público realizado pela Prefeitura Municipal no dia nove de janeiro do ano dois mil. O Vereador Elói Guimarães manifestou-se a respeito do aumento do número de roubos contra estabelecimentos comerciais na Cidade de Porto Alegre, principalmente na zona norte da Capital, salientando o fato de que muitas casas comerciais acabam encerrando suas atividades devido aos repetidos atos de violência sofridos. Também, teceu considerações no que se refere às causas do aumento da delinqüência na comunidade porto-alegrense. O Vereador João Antonio Dib reportou-se ao Requerimento anteriormente formulado por Sua Excelência, solicitando manifestação da Procuradoria da Casa quanto à aplicação do artigo 120, parágrafo único, do Regimento. Também, pronunciou-se sobre o balancete relativo às atividades financeiras do Executivo Municipal do mês de outubro do corrente, solicitando que o referido documento seja enviado pelo Senhor José Eduardo Utzig, Secretário Municipal da Fazenda, até o dia vinte e oito de novembro de dois mil e um. A seguir, constatada a existência de quórum, foi aprovado Requerimento do Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje. Na ocasião, o Senhor Presidente procedeu à leitura de um comunicado, contendo informações sobre decisão tomada pela Mesa Diretora e o Colégio de Líderes, atinente à apreciação de matérias constantes na Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo solicitou ao Senhor Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - instalada neste Legislativo para averiguar denúncias de irregularidades no Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB - que sejam tomadas as medidas legais necessárias a fim de que o Senhor Deoclides Simão Soares preste depoimento nessa CPI. Também, teceu considerações a respeito de modificações na regulamentação referente ao transporte escolar e às escolas de educação infantil. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Celso Bernardi, Presidente Regional do Partido Progressista Brasileiro - PPB. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Estilac Xavier justificou a utilização, pelo Executivo Municipal, do instituto jurídico das cartas-contrato para a admissão de servidores para diversos órgãos da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Também, aludiu às ações desenvolvidas pelas Polícias Civil e Militar no intuito de combater a criminalidade na Capital e contrapôs-se às alterações na Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, propostas pelo Governo Federal. A seguir, face à aprovação do Requerimento do Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, o Senhor Presidente declarou empossado na vereança o Suplente Cláudio Sebenelo, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz analisou criticamente as relações estabelecidas entre membros do Partido dos Trabalhadores à frente do Governo do Estado e ex-militantes desse Partido. Também, pronunciou-se sobre o montante de verbas públicas a serem destinados para a propaganda oficial de Porto Alegre e manifestou-se sobre o pagamento de adicional noturno a professores municipais aposentados. O Vereador Cláudio Sebenelo externou sua contrariedade no que diz respeito aos recursos públicos aplicados pelo Executivo Municipal para a realização de obras sociais na Cidade. Nesse sentido, questionou a publicidade oficial do Município que versa sobre o assunto, discursando sobre a necessidade do cumprimento, pelo Partido dos Trabalhadores, das propostas de campanha realizadas durante as últimas eleições municipais. Na ocasião, o Vereador Juarez Pinheiro formulou Questão de Ordem sobre a interpretação dos artigos 169 e 170 do Regimento, que versam sobre a apresentação de Emendas a matérias constantes na Ordem do Dia. Também, foi apregoada a Emenda nº 94, de autoria do Vereador Sebastião Melo, subscrita nos termos do artigo 120, parágrafo único, do Regimento, ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/01 (Processo nº 3738/01). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Haroldo de Souza reportou-se ao pronunciamento efetuado pelo Vereador Marcelo Danéris, em Comunicação de Líder, durante a Centésima Terceira Sessão Ordinária, o qual versou sobre a postura adotada pelo Executivo Municipal no sentido de implantar um restaurante popular na Cidade. Também, mencionou diversos episódios envolvendo a Brigada Militar, questionando as diretrizes políticas dessa instituição. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença da Diretoria do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre - SINDILOJAS, comunicando que será distribuído aos Senhores Vereadores documento alusivo ao Seminário “Situação no Centro”. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e o Vereador Juarez Pinheiro manifestou-se sobre a Questão de Ordem anteriormente formulada por Sua Excelência, acerca da aplicação dos artigos 169 e 170 do Regimento, que versam sobre a apresentação de Emendas a Projetos constantes na Ordem do Dia, tendo o Vereador Sebastião Melo manifestado-se a respeito. Após, foram votados conjuntamente e aprovados os seguintes Requerimentos, todos relativos ao Projeto de Lei do Executivo nº 026/01 (Processo nº 3738/01): de autoria do Vereador Ervino Besson, solicitando e retirada de tramitação da Subemenda nº 01 aposta à Emenda nº 78, de Relator; de autoria do Vereador Ervino Besson, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 33; de autoria do Vereador Reginaldo Pujol, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 65. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Marcelo Danéris, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Haroldo de Souza. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças do Deputado Federal Jorge Alberto Mendes Ribeiro Filho e dos ex-Vereadores Adão Eliseu e Hermes Dutra. Às dezoito horas e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às dezoito horas e nove minutos, constatada a existência de quórum. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Resolução nºs 077 e 061/01. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 248/01, por vinte e três votos SIM, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Antônio Augusto Bernd e Cláudio Sebenelo e tendo os Vereadores Juarez Pinheiro e Cláudio Sebenelo manifestado-se acerca da votação desse Projeto. A seguir, foi apregoada a Emenda nº 03, de autoria do Vereador Estilac Xavier, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 013/01 (Processo nº 0411/01). Em Votação Nominal, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 200/01, o qual teve sua votação adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria da Vereadora Helena Bonumá. Em Discussão Geral e Votação Nominal, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 259/01, o qual teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria da Vereadora Sofia Cavedon. Foi aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Helena Bonumá, solicitando fosse a Emenda nº 03, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 013/01 (Processo nº 411/01), dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 013/01, com ressalva das Emendas e Subemendas a ele apostas, após ser discutido pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Reginaldo Pujol e Beto Moesch e encaminhado à votação pelo Vereador Raul Carrion. Foram votadas conjuntamente e aprovadas as Emendas nºs 01 e 02, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 013/01. Foram votadas conjuntamente e aprovadas as Subemendas nºs 01 e 02, apostas à Emenda nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 013/01. Foi aprovada a Emenda nº 03, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 013/01. Às dezoito horas e quarenta e nove minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Fernando Záchia, Paulo Brum, Ervino Besson e Elói Guimarães, este nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum e Maria Celeste, esta como Secretária “ad hoc”. Do que eu Paulo Brum, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Registramos a presença da ex-Ver.ª Maria do Rosário, hoje Deputada Estadual, que nos honra com sua presença, a qual convidamos para fazer parte da Mesa. Queremos também registrar as presenças da Presidenta da Associação Cultural de Mulheres Negras, Elaine Oliveira Soares; da Coordenadora do Coletivo Feminino Plural, a Sr.ª Fátima Soares e da Coordenadora da Casa de Apoio Viva Maria, Ana Lúcia Dagord. Sejam bem-vindas a esta Casa, é com muito prazer que as recebemos.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Sr.ª Télia Negrão, Presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Porto Alegre, está com a palavra, pelo tempo regimental de dez minutos.

 

A SRA. TÉLIA NEGRÃO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, Deputada Maria do Rosário, outras autoridades presentes, população de Porto Alegre sempre presente nesta Casa, Conselheiras Municipais e Estaduais dos Direitos da Mulher, pela terceira vez, este Conselho vem a esta Tribuna Popular a fim de estabelecer um diálogo com esta Casa visando à sensibilização, cada vez maior, sobre as questões de gênero, bem como propor políticas públicas para a Cidade de Porto Alegre. Agradeço por essa oportunidade conquistada pela cidadania. A data de hoje é bastante significativa para nós, do Movimento de Mulheres, porque ontem, 25 de novembro, foi o Dia Mundial pelo Fim da Violência contra as Mulheres. E desde a sua criação, em 1995, pela Lei nº 347/95, desta Casa, de autoria da então Ver.ª Maria do Rosário, até o dia de hoje, os cinco anos de efetiva existência desse Conselho o transformaram num órgão de representação plural, autônoma do movimento, que, apesar de ser composto por órgãos governamentais, tem sua maioria não-governamental, e tem conseguido, na sua trajetória, estabelecer um canal de participação política das mulheres no exercício da sua efetiva cidadania e na proposição de políticas públicas. Este Conselho vem atuando nas mais diversas áreas, na área da saúde, visando a reduzir a mortalidade materna e as mortes evitáveis de mulheres e crianças; vem lutando pela inclusão econômica das mulheres e por sua inclusão política cada vez maior. Este Conselho vem trabalhando arduamente para poder exercer a sua principal tarefa, que é propor políticas públicas, e para tanto, nesses seus anos de existência, compreendeu, por meio do seu trabalho, que a luta contra a violência é, com certeza, o maior flanco a ser enfrentado por nossa sociedade, pelos danos que produz à saúde, à cidadania, à auto-estima das mulheres de nosso mundo.

Todos nós já sabemos que a violência contra as mulheres tem caráter epidêmico, atinge pelo menos uma em cada dez mulheres. É sabido também que um a cada cinco dias de falta ao trabalho das mulheres é devido às violências que sofreu dentro de casa. A cada cinco anos de vida que uma mulher vive sob violência, ela perde um ano de vida saudável. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a violência contra a mulher é um problema de saúde física e mental das mulheres; segundo as Nações Unidas, a violência contra a mulher viola os direitos humanos e, segundo a Convenção de Belém do Pará e a Plataforma Mundial para a Mulher de Beijing, da qual Porto Alegre é signatária, toda a ação ou omissão do Estado ou da sociedade que vise a causar algum dano físico, moral ou sexual contra as mulheres é uma violação aos direitos humanos, portanto, merece medidas de caráter público, estatal no sentido de preveni-la e puni-la.

Para atuar no sentido de propor, o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher realizou, nos seus cinco anos de existência, sete seminários, tentando compreender a eficácia das políticas existentes e tentando redesenhar uma rede para Porto Alegre, porque Porto Alegre possui programas, políticas e serviços, mas esses programas, políticas e serviços ainda são insuficientes frente a um fenômeno tão grave como esse que acabamos de expor. A cada dia, a Delegacia da Mulher de Porto Alegre registra quarenta ocorrências de violência contra as mulheres. Somente na Restinga, a 16ª Delegacia, em nove meses, neste ano, registrou mil ocorrências em que a mulher é vítima. Esse é um fato muito grave e que tem levado à mobilização do Movimento de Mulheres, como está exposta em uma exposição, aqui, no hall de entrada desta Câmara. Nós agendamos essa amostra de trajetória de luta das mulheres, por meio do gabinete do Ver. Aldacir Oliboni, para mostrar o quanto as violências mobilizam a população e tiram as mulheres da condição de vítima para se transformarem em cidadãs que não aceitam mais conviver com violência.

O Conselho da Mulher, também, durante esses últimos três anos, implementou um Projeto denominado Daniela Peres, por meio do qual desenvolveu metodologia de acolhimento às mulheres em situação de violência, demonstrando que não bastava a polícia para resolver a violência contra as mulheres. É necessário muito mais do que isso, são necessárias políticas de saúde mental para as mulheres, para que elas consigam romper com o ciclo da violência, como já foi demonstrado pela metodologia desenvolvida pela Casa de Apoio Viva Maria. Foram necessários aparatos de Estado, aparatos comunitários e toda a solidariedade e compreensão para que as mulheres que estão em situação de violência se sintam encorajadas a denunciar e a sair dessa situação. É preciso muito esforço para reverter mitos de que “em briga de marido e mulher não se mete a colher”, e que a violência contra as mulheres ocorre porque as mulheres concordam com essas violências, porque persistem essa violência.

Diante desse quadro, o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, durante quatro meses neste ano, de março até junho, implementou mais um diagnóstico além daquele que havia implementado em 1999, levando esse diagnóstico para o seminário Mulheres, Poder Público e Sociedade, sobre a rede local de prevenção e combate à violência nas relações de gênero e de raça, e decidiu propor ao Município de Porto Alegre um conjunto de medidas indispensáveis, urgentes, necessárias para prevenir e combater essas violências, medidas essas que entregamos ao Prefeito Tarso Genro na sexta-feira, em audiência pública realizada no Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e que entregamos hoje à Casa, porque sabemos o quanto esta Casa também tem trabalhado para romper com esse ciclo da violência estrutural, para romper com a violência contra as mulheres, trabalhando conjuntamente na proposição e elaboração de políticas públicas. E trazemos aqui, porque contamos com a sensibilidade dos Srs. Vereadores e das Sr.as Vereadoras.

Para esse programas que propomos, estabelecemos como meta principal a unificação dos programas existentes, o programa de albergues e o programa de violência sexual, entendendo que nós precisamos de um grande programa para prevenir e combater essas violências. Precisamos de uma rede que funcione, mas essa rede só funcionará se nós tivermos um protocolo que unifique normas, rotinas que possam estabelecer diagnósticos, por meio da notificação obrigatória, que dê o quadro real da violência ocorrida contra as mulheres neste Município. Estamos propondo que o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher inclua entre as suas perguntas uma pergunta muito simples que revelará uma triste realidade, se a mulher sofre violências ou se ela sofre discriminações no seu dia-a-dia.

Pensamos que para realizar isso é necessária a capacitação de todos os agentes públicos desta Cidade, porque estamos descobrindo, por meio de uma sensibilização que estamos fazendo na Restinga, que os agentes públicos nesta Cidade desconhecem as suas políticas de serviços, e a omissão frente a isso trata-se de omissão institucional. Mais uma violência, além das muitas violências que as mulheres já sofrem por serem mulheres, por serem negras, por serem pobres, por serem gordas, por serem magras, por serem doentes, por não serem bonitas, entre todas, as muitas violências que se somam, enfim, propomos um redesenho da rede municipal de prevenção e combate à violência contra a mulher e a ampliação de todos os mecanismos. E temos certeza de que esta Câmara será sensível a esse Programa e saberá dotar também de recursos, um programa municipal que venha a ser criado e que necessitará de um fundo que seja capaz de romper de fato com essa cultura de violência contra as mulheres e construir uma nova cultura baseada na igualdade, no respeito, na dignidade, e que as diferenças entre homens e mulheres não sejam mais tratadas como desigualdades. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Muito obrigado Sr.ª Télia. Este Presidente a convida para fazer parte da Mesa.

A Ver.ª Clênia Maranhão solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje.

 

(Obs.: Foi apregoado o Requerimento de licença da Ver.ª Clênia Maranhão, e dada a posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

Registramos a presença do sempre Vereador desta Casa, Ver. José Valdir, seja bem-vindo entre nós. O Ver. José Valdir é Coordenador do Orçamento Participativo. Esta Casa sente-se honrada com a sua presença.

O Ver. Raul Carrion, representando o PC do B, está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. Quero fazer a minha saudação à Sr.ª Télia Negrão, Presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Porto Alegre; nossa saudação também à Deputada Maria do Rosário e a todas as lideranças femininas aqui presentes.

Referindo-me ao Dia Internacional pelo Fim da Violência contra a Mulher, tenho comigo dados que reforçam as informações que V. S.ª traz e que a União Brasileira de Mulheres tem divulgado: em São Paulo, a principal causa de morte entre as mulheres é a violência, sobretudo o homicídio, que hoje mata mais do que o câncer, do que as doenças cardíacas e que os acidentes de trânsito. Calcula-se uma mulher morta a cada dia no ano passado! Pelo menos dois terços dos assassinatos de mulheres devem-se à violência doméstica cometida pelo namorado, amante, marido ou ex-marido; da mesma forma, essa violência cresce a ponto de o número de queixas nas delegacias de São Paulo, do Estado, ter aumentado de 115 mil, em 1994, para 310 mil, em 2000! Um aumento de 170% em seis anos! Na Capital de São Paulo o aumento foi de 64% em três anos. É trágico, também, referir que 10 milhões de mulheres, principalmente na África, ainda são vitimas da prática de mutilação sexual, através da extirpação do clitóris. Nós também devemos recordar que recentemente a sociedade gaúcha desenvolveu uma ampla mobilização na nossa Cidade contra a esdrúxula decisão judicial, ao arrepio da lei, que considerou o estupro não seguido de morte como um crime não-hediondo.

Para finalizar, quero dizer que o PC do B - que sempre se opôs a todo tipo de opressão e discriminação - é parceiro nessa luta das mulheres de todo o Brasil, no nosso Estado, na nossa Capital, contra a violência, e exige que as decisões das conferências da ONU e da Convenção de Belém de Pará Contra a Violência, pela erradicação e prevenção da violência sejam efetivados em todo o nosso Brasil.

A nossa saudação e a nossa solidariedade a sua vinda. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Luiz Braz, representando o PFL, está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quero cumprimentar a Sr.ª Télia Negrão, que fez esta exposição, e também quero-me referir à sempre lembrada e grande Vereadora desta Casa, atual Deputada Estadual Maria do Rosário, que, sempre com muito brilhantismo, vem defendendo a luta que as mulheres travam para estabelecer a igualdade na sociedade, e também para que a violência que ocorre contra as mulheres, em muitos ambientes, possa ser extirpada de vez.

Mas quero aproveitar para dizer que todo o tipo de violência deve ser repudiada por nós. A violência contra as mulheres é uma barbárie que não é aceitável, mas também todos os outros tipos de violência que presenciamos na nossa sociedade devemos combater. Na sociedade atual, não podemos mais conviver com qualquer tipo de violência. Temos notado que a violência que ocorre da parte dos fortes contra os fracos é uma prevalência que faz com que sintamos que o primitivismo é vitorioso numa sociedade que deveria ser superavançada.

E queremos citar, por exemplo, como uma destas violências, a violência que as administrações públicas praticam contra as sociedades, fazendo com que os impostos sejam cada vez mais altos. Aqui mesmo, na nossa Porto Alegre, temos um exemplo, quando temos um projeto tramitando, por intermédio do qual o Imposto Predial e Territorial Urbano vai fazer com que a classe média gaste ainda mais do que gasta atualmente para poder se manter, para poder morar. Este também é um tipo de violência, e essas violências nós vamos combater sempre. Meus cumprimentos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): A Ver.ª Maristela Maffei, representando o PT, está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, Sr.ª Télia Negrão, companheira que está aqui representando o Conselho Municipal; companheira Deputada Maria do Rosário, bem-vindas a esta Casa. Eu gostaria de dizer que esta Casa tem representação no CONDIM, e nós queremos estar cada vez mais articulados em todas as ações para que essa relação seja cada vez mais saudável e forte. Nós soubemos que, até 1995, as Nações Unidas declararam que a violência contra a mulher viola os direitos humanos, e ainda dizia, em elaboração do CONDIM, que as coisas ainda não mudaram dentro de casa, e a violência nas relações de gênero passou a produzir certas indignações no âmbito político, gerando repercussão; mas, na verdade, sabemos que ainda existe - e existe muito -, muitas vezes muito mais do que o domínio econômico, o domínio psíquico, que é invisível. Há um ditado popular que diz que: “No que acontece entre quatro paredes, ninguém deve meter a colher.” Ao contrário; nós temos de, cada vez mais, mulheres e homens com dignidade, dar visibilidade e fazer um grito geral contra todas as injustiças que nós ouvimos. Cada gemido, cada dor na tortura psicológica, na tortura física, deve ser causa de muita luta e consciência. Nós também sabemos que a posição econômica e social que a mulher ocupa, o aumento da consciência, traz, com certeza, muito mais forte, a visibilidade de quem se sente ofendido, o preconceito, o medo, a vergonha e a culpa que a mulher traz muito fortemente pela questão da sua própria formação religiosa. E o silêncio acaba gerando tragédias. Eu quero dizer a todos que quem ameaça mata, sim; e temos milhões de notícias nos jornais, e o ditado de quem dizia que “quem ameaça não mata” cai por terra, e, a cada dia, vemos, cada vez mais, mulheres e meninas violentadas. E a ação de uma sociedade muitas vezes segregadora, numa pirâmide muito patriarcal que exclui o direito das mulheres, faz com que as mulheres, muitas vezes, se sintam culpadas das agressões que sofrem, principalmente entre quatro paredes.

É uma honra recebê-las aqui e saber do trabalho sério que a companheira Télia traz, e todas as mulheres que estão lá no CONDIM, nessa luta pela visibilidade, pela denúncia, no que se refere à situação a que as mulheres do mundo inteiro são submetidas. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Beto Moesch, representando o PPB, está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, Sr.ª Télia Negrão, o “Dia Internacional pelo Fim da Violência contra a Mulher”, nós, em primeiro lugar, queremos parabenizar e enaltecer a importância da existência de um Conselho Municipal dos Direitos da Mulher em Porto Alegre, porque essa problemática, essa verdadeira vergonha mundial, que é a violência contra a mulher passa pela conscientização, pela educação e, para isso, nós precisamos também de conselhos que promovam parcerias com a comunidade visando a esse fim.

Eu trouxe alguns dados que mostram que os maus-tratos contra as mulheres causam sérios problemas sócio-econômicos que chegam a representar uma perda de até 14% do PIB nacional. Ou seja, dentro dessa visão holística que nós temos de ter, é um problema, portanto, não só penal, mas social e econômico, e, justamente por isso, deve ser priorizado dentro das políticas nacionais e, obviamente, nós, os brasileiros, devemos exigir isso. Outro dado que eu trago é que 63% das agressões contra as mulheres brasileiras ocorrem no próprio lar. Há uma preocupação em apenas punir os agressores com sanções penais, mas, justamente, o enfoque de conscientização, de prevenção e de trabalhos, em termos de política nacional, estadual e municipal, nós não temos ainda visto, embora esse seja o empenho do Conselho Municipal da Defesa dos Direitos da Mulher. Tanto que nenhum dos Projetos de Lei que tramitam no Congresso... Talvez essa seja até uma sugestão que possamos fazer, ou seja, que se criem mecanismos punitivos, não preventivos ou conciliatórios.

Então, quero parabenizar a Deputada Maria do Rosário, que sempre se empenha nesse assunto e está à frente desse trabalho na Assembléia Legislativa, como esteve aqui, para que todos nós nos possamos unir contra essa verdadeira vergonha que adentrou o século XXI, que são os maus-tratos à mulher. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Nereu D’Avila, representando o PDT, está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em nome da Bancada do PDT, prezada Sr.ª Télia Negrão e nossa sempre Ver.ª Maria do Rosário, nós queremos não só parabenizar, porque isso seria muito pouco, mas dizer que estamos empenhados - nós, o PDT -, como de resto todas as Bancadas, na grande tarefa de tentarmos, senão extirpar, pelo menos reduzir drasticamente a violência contra a mulher.

É oportuna a visita, inclusive as comemorações, entre aspas, porque não temos o que comemorar, e sim protestar contra a violência. Mas a data de ontem deve ser exaltada, nesse sentido, no que se refere à humanidade toda. Tivemos a oportunidade de tomar conhecimento da vinda ao Brasil de uma moça, uma modelo negra, da Somália, na África - não sei se é Weris, com “W”, ou Waris -, que esteve em São Paulo na semana passada. Relata ela que, aos cinco anos, também foi extirpado o seu clitóris, e fiquei impressionado com o fato de que, dos vinte e oito países da África, somente oito, recentemente, estão desistindo dessa brutalidade. Essa moça veio como Embaixadora da ONU para esse fim, ou seja, para trazer isso ao nosso conhecimento, e sabe-se, inclusive, que há mais violência em relação à mulher nesses países atrasados.

Portanto, o tipo de campanha mundial que essa modelo, essa moça está fazendo quanto ao horror que é isso - não precisamos nem contar, pois todos imaginam o que é essa brutalidade - faz-nos também refletir sobre a nossa violência doméstica. Conforme os dados estarrecedores fornecidos pelo Ver. Beto Moesch e pela nossa amiga Télia, da Restinga, aqui é o microcosmo do macrocosmo mundial da violência contra a mulher. Nós, os homens, temos uma parcela muito grande de responsabilidade nisso, sim, temos de assumir isso em relação aos nossos irmãos ignorantes, do nosso sexo, porque a maioria do que acontece é doméstico e parte de relações pretensamente afetivas, e o homem está aí nesse contexto. Nós temos que assumir isso em relação ao nosso sexo, não só condenando, mas conscientizando-nos de que nós estamos num novo século, num novo milênio, com questões como a clonagem humana, que hoje é manchete em todos os jornais, ou seja, positiva ou negativamente, são avanços da tecnologia, e nós não podemos permanecer nessa questão crucial com as nossas companheiras, com as nossas mães, com as nossas mulheres, com as nossas confrades. Não podemos admitir esse barbarismo da continuidade dessa violência contra o sexo feminino.

Portanto, a nossa parceria, a nossa irmandade na luta contra a violência em relação à mulher. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Muito obrigado, Ver. Nereu D’Avila. Esta Mesa, em nome de todos os trinta e três Vereadores e Vereadoras, quer saudar, de forma muito carinhosa, o seu pronunciamento, D.ª Télia. E, também, com a visita aqui da Deputada Maria do Rosário, que tem um trabalho, ao longo da sua história, voltado à violência contra a mulher. Nós sabemos que muitas pessoas, em suas casas, assistem ao programa aqui da TVCâmara. Elas têm, então, a oportunidade de ouvir o pronunciamento da maioria das Bancadas, que hoje representa o que está ocorrendo na violência contra a mulher.

Agora há pouco, eu estava conversando aqui com a D.ª Télia e com a Deputada, que nós também, Ver. Raul Carrion, estamos acompanhando duas famílias em que as mulheres estão passando as maiores privações que um ser humano poderia passar, com relação aos maus tratos. E, vejam V. Ex.as, as mulheres sofrem isso de maneira brutal e têm medo de denunciar, por causa das ameaças.

Portanto, esta Casa e a sociedade como um todo, que nos assiste, tentem de alguma forma ajudar a essas mulheres. Por que eu digo isto aqui desta tribuna? Porque eu estou acompanhando pelo menos duas famílias, pela segunda vez, as quais estão passando por uma situação extremamente difícil. Já tentei levar uma delas, pelo menos, para que ela denunciasse, mas andei uns duzentos metros com o meu carro, ela me fez parar e não teve coragem, tal o medo dessa mulher. Portanto, vejam, V. Ex.as, o sofrimento dessas pessoas. Mas o que nos conforta é que há pessoas como a Dona Télia Negrão, como a Deputada Maria do Rosário, assim como a totalidade dos Vereadores desta Casa.

Portanto, saudamos a presença da Sr.ª Télia Negrão e colocamos esta Casa à disposição, já que o pronunciamento da Sr.ª Télia Negrão foi muito claro ao demonstrar o seu trabalho e a sua preocupação com relação à violência contra o ser que gera a vida humana. Estamos aqui, porque fomos gerados por uma mulher. Portanto, parabenizo a Sr.ª Télia pelo seu trabalho e a Deputada Maria do Rosário.

Estamos recebendo da Sr.ª Télia Negrão um relatório com essa proposta, a quem informo que será analisado. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h57min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson – às 14h59min): Estão reabertos os trabalhos.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI (Questão de Ordem): Sr. Presidente, estou requerendo Tempo Especial, baseado no art. 94, § 1º, letra “g”, por ter estado representando esta Casa em Reunião Latino-Americana de Consulta para a Agenda 21 das  Mulheres para um planeta saudável 2002.

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Está concedido o tempo, Vereadora. Solicito que V. Ex.ª, por gentileza, aguarde um minuto para que eu possa apregoar três Emendas.

Apregoamos uma Subemenda à Emenda nº 78, aposta ao PLE nº 026/01, de Relator, que estima a receita e fixa a despesa da Administração Direta do Município para o exercício econômico e financeiro de 2002, assinada pelos Vereadores Ervino Besson, Adeli Sell e João Antonio Dib.

Apregoamos a Emenda nº 92, aposta ao PLE nº 026/01, que estima a receita e fixa a despesa da Administração Direta do Município para exercício econômico e financeiro de 2002, assinada pelos Vereadores Cassiá Carpes, João Antonio Dib, Ervino Besson e Adeli Sell.

O Ver. Raul Carrion, Líder da Bancada do PC do B, requer a renovação de votação para o PELO nº 001/01, Proc. nº 0799/01, com fulcro no art. 196 do caput do art. 4, do Regimento.

Apregoamos a Emenda nº 93 ao PLE nº 026/01.

A Ver.ª Maristela Maffei está com a palavra em Tempo Especial.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, Comunidade do Bairro São Geraldo; Comunidade do Bairro Mario Quintana; Comunidade da Lomba do Pinheiro; Comunidade do Partenon que se faz aqui presente, em especial quero saudar aqui a Comunidade de Vila Santa Helena que, neste final de semana, teve eleições com uma participação muita expressiva, o novo Presidente está aqui, o companheiro Gelson, senhoras e senhores. Nos dias 19 e 20 de outubro estive representando esta Casa no Rio de Janeiro, onde estiveram presentes mais de trezentas mulheres de toda a América Latina, discutindo sobre a ação das mulheres para um planeta saudável. Ficou deliberado que a continuidade dessa discussão se dará em Porto Alegre, no chamado Planeta Fêmea durante o Fórum Social Mundial a ser realizado no dia 31 de janeiro a 5 de fevereiro de 2002. Passo o convite a esta Casa e a todas as pessoas que estão nos prestigiando neste momento.

Esta Casa, quando se faz representar em temas fundamentais para a sociedade, tem a responsabilidade e seriedade no trabalho pertinente a cada Vereador e Vereadora. Além das trezentas mulheres do Brasil e países latino-americanos, estiveram presentes mulheres do Afeganistão, dos Estados Unidos, do México, enfim, mulheres de todos os países.

No dia 20, realizamos um painel com mulheres especialistas as quais apresentaram aspectos enfatizando a articulação mundial das mulheres e as suas recentes lutas pela paz, pela saúde do Planeta e de todas as formas de vida. Há alguns temas fundamentais que consideramos e que aprofundamos como, por exemplo, a questão do Código de Ética e responsabilidade ambiental. Trabalhamos por um Código Internacional de Conduta Ambiental a ser adotado pelo comércio, pela indústria, pelos governos, agências das Nações Unidas e organizações não-governamentais que inclua a abordagem prevista e cautelosa, levando em conta o verdadeiro valor do meio ambiente e o impacto para as mulheres no planejamento de atividades que podem afetar a Terra. Apoiaremos novas leis ambientais internacionais que incluam rigorosa punição por danos ambientais, o valor intrínseco da biodiversidade e o mecanismo de solução de processos que incluam o público na avaliação da indenização de vítimas.

Outro tema importante e bastante debatido foi sobre a problemática: “Mulheres, Militarização e Meio Ambiente”. Ciente de que os gastos militares, o comércio internacional de armas e o conflito armado privam milhares de seres humanos de segurança básica e de bem-estar; compreendendo o desastroso impacto ambiental de todas as atividades militares, incluindo pesquisas, desenvolvimento e produção de armamentos, testes, manobras e a presença de bases militares, o manejo de materiais tóxicos e o transporte e uso de recursos; ciente de que as pesquisas e uso de armamentos militares, incluindo armas químicas, biológicas e nucleares contribuem, significativamente, para a degradação do meio ambiente, para as alterações genéticas, as doenças e a morte, exigimos a redução de 50% nos gastos militares e a relocação desses recursos em atividades que geram benefícios sociais e ambientais. Exigimos a criação de uma comissão civil nacional composta de forma equilibrada pelos dois gêneros que elevaria a julgamento público todas as atividades militares, despesas, pesquisa e desenvolvimento.

Exigimos a paralisação das atividades especiais e dos vôos supersônicos que liberam dióxido de carbono na atmosfera e ameaçam a camada de ozônio. Condenamos os governos que colocam os seus exércitos contra os seus cidadãos e cidadãs, levando milhões de indivíduos a se tornarem refugiados e pessoas sem terra. Educaremos nossas filhas e filhos para evitarem o serviço militar se este for a serviço de governos que utilizam o poder militar para explorar os recursos e os povos de outros países.

Em relação à dívida externa e ao comércio, tiramos os seguintes encaminhamentos:

Preocupadas com o impacto negativo sobre os pobres, especialmente mulheres e crianças, das políticas de ajuste estrutural do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial; estarrecidas com o fluxo de capital dos países pobres para os Bancos dos países ricos, privando-os de recursos para cobrir as necessidades domésticas, sociais, econômicas, de saúde e para os programas de educação, exigimos o cancelamento oficial imediato da dívida externa.

Exigimos a total proibição das exportações de mercadorias rejeitadas pelos consumidores locais ou pelo país de origem.

Direitos das Mulheres, Políticas Populacionais e Saúde.

Cientes de que a principal causa da degradação ambiental são os poluentes industriais e militares, dejetos tóxicos e sistemas econômicos que exploram e prejudicam a natureza e os povos, sentimo-nos insultadas com a insinuação de que as taxas de fertilidade feminina são responsáveis pelo fenômeno; reconhecendo o ressurgimento de políticas de população que desrespeitam profundamente os direitos humanos básicos das mulheres como está garantido na Conversão para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres; conscientes de que o direito à saúde reprodutiva e a escolha representam um direito humano básico de todos os indivíduos, chamamos a atenção para a pesquisa sobre fertilidade mundial que estima que existem 500 milhões de casais que desejam planejar sua família e não têm acesso a meios para fazê-lo.

Receosas, senhoras e senhores, com a ameaça à vida das mulheres, com a predominância da AIDS e reconhecendo que a habilidade das mulheres em proteger-se da AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis, em determinar o número de filhos é um pré-requisito para a saúde das mulheres, sua autodeterminação e o fortalecimento, exigimos núcleos de mulheres administrando os cuidados de saúde e planejamento familiar, que incluam o direito a cuidados pré-natais, segurança e legalidade no uso voluntário de contraceptivos no aborto, educação sexual e disseminação de informações.

Pedimos à Organização Mundial da Saúde, à Organização Mundial do Trabalho, à Organização de Alimentos e Agricultura, aos Governos Nacionais, aos Grupos de Saúde Pública, a Empresas e aos Sindicatos que aumentem os esforços para a eliminação dos acidentes em fábricas, escritórios e na terra que causem danos ao meio ambiente.

A informação e a educação consideramos fundamental, conscientes de que as informações a respeito dos impactos à saúde, dos dejetos industriais e militares são freqüentemente classificados como secretos por motivo de segurança nacional e de propriedade, trabalhamos para criar e fortalecer o sistema de informações e de trocas de informações que apoiam os princípios de abertura e participação, dando à maioria dos cidadãos e cidadãs como aqui, neste momento, nesta Casa, cada vez mais o relato das violações dos direitos humanos e do meio ambiente.

Aprovamos integralmente a criação de uma organização não-governamental, cujo mandato e cooperação em relação aos direitos e às emergências ambientais sejam semelhantes àquelas da Anistia Internacional.

Portanto, senhoras e senhores, no encontro, nós procuramos dignificar a maioria das mulheres que, infelizmente, por questão econômica e até mesmo por estarem à frente do seu lar, procuramos representar com dignidade. Continuaremos com certeza no Fórum Social Mundial a nossa luta pela dignidade das mulheres e de todos os homens de boa vontade que queiram se juntar a nossa luta, que há muito tempo já começou. Muito temos pela frente. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Almerindo Filho está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Beto Moesch está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, estão aqui, mais uma vez, os moradores do Bairro São Geraldo, que estão fazendo um trabalho exemplar para a Cidade de Porto Alegre, de pleno exercício da cidadania, como os membros do Orçamento Participativo. Com muito orgulho já fui conselheiro do Orçamento Participativo, e esse processo de mobilização é fundamental para que os poderes constituídos sejam pautados justamente pela comunidade.

Eu queria aproveitar a presença de vocês para dizer que nós apresentamos uma Emenda ao Orçamento que não retira absolutamente nada, mas disciplina a publicidade - e essa era uma demanda, quando nós éramos do Orçamento Participativo, como conselheiros, em 95 e 96 - onde colocamos 20% do total da publicidade para campanhas de educação ambiental. Isso, na época, já foi aprovado, e, portanto, nós gostaríamos também do apoio do Orçamento Participativo para essa demanda já antiga do próprio Orçamento Participativo, que nós agora consubstanciamos através de uma Emenda.

Justamente sobre isso gostaríamos de falar, Presidente em exercício Ervino Besson, V. Ex.ª tem uma preocupação extraordinária com a zona Sul de Porto Alegre, onde nós estamos vendo uma ocupação irregular insustentável daquela região mais preservada da Cidade de Porto Alegre - zona Sul como um todo. Tanto que se discute há muito tempo o chamado IPTU ecológico, só que vejam que se não fosse transformada a zona rural em zona urbana, aquilo continuaria sendo ITR, e por sua vez as áreas particulares preservadas, transformadas em reservas, não pagam, por Lei Federal, o imposto. Querem, agora, introduzir o chamado IPTU ecológico, mas se não fosse transformado em zona urbana automaticamente seria isento. É um debate que se trava na Cidade de Porto Alegre e que agora foi apresentado via IPTU progressivo, mas apenas alguns proprietários poderiam se beneficiar disso porque tem que transformar em reserva.

A política ambiental na Cidade de Porto Alegre, a política, entre aspas, ambiental da Cidade de Porto Alegre trata árvore como se fosse milho, como se fosse grama, porque a facilidade com que a diretriz política da Cidade autoriza corte de árvore de grande porte é uma coisa espantosa.

Na minha rua, Pirapó, 71 - eu moro no 150 -, um prédio novo, de cinco anos, foi construído. Se licenciado, ele teria que preservar uma grande paineira que ali estava. Agora, sábado, foi cortada essa paineira. Uma paineira imensa, de, no mínimo 50 anos de idade. Ora, o prédio foi licenciado para manter a paineira, mas, agora, foi retirada e esse corte foi autorizado pela SMAM. Não pelos técnicos da SMAM - é óbvio que há uma diretriz acima dos técnicos, que trabalham muito bem e que zelam pelo meio ambiente. Mas é que a política, entre aspas, ambiental da Cidade de Porto Alegre não cuida do meio ambiente.

Na Avenida dos Industriários com a Plínio Brasil Milano havia uma paineira e uma figueira que já faziam parte da cultura da Cidade de Porto Alegre, Ver. Elói Guimarães, V. Ex.ª que também tem uma lei que coloca algumas árvores como patrimônio cultural da Cidade. Pois a figueira foi transplantada e a paineira de, no mínimo, 100 anos, foi retirada para fazer uma rotatória. Ora, a tecnologia atual e a legislação de Porto Alegre, já nos anos 80, exige uma adequação dos projetos para a manutenção das árvores da Cidade de Porto Alegre, mas a diretriz política da Prefeitura de Porto Alegre assim não entende porque trata a árvore como se fosse milho, como se fosse grama, como se crescesse em um ou dois meses, mas existe toda uma cultura e todo um cuidado da população da Cidade de Porto Alegre, porque se não fosse a população porto-alegrense não teríamos uma arborização exemplar para o Brasil como Porto Alegre tem. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra em Comunicações, por cessão de tempo do Ver. Carlos Alberto Garcia.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, dirijo-me hoje à Bancada do PT. Mas vejo que só temos um Vereador, se bem que de qualidade. É uma mulher: a nossa Ver.ª Maristela Maffei, que vai me ouvir. Estou estranhando um fato inusitado que se está repetindo neste Estado, na minha opinião propositadamente. Não sei com que intenções o Governo do PT quer modificar a Bandeira do Estado do Rio Grande do Sul. Querem mudar a Bandeira do Estado do Rio Grande do Sul? A nossa Bandeira é tão bela. Olhem, ali está, à direita da Bandeira do Brasil. Está garantida pela Constituição do Estado, acho que devem observar que continuamente aparece na televisão, nos jornais, e surpreendentemente recebi este cartaz quando ia para a praia alguns dias atrás, do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Coloca a Bandeira sem os brasões, sem a parte central do Pavilhão. É o Brasão do Estado do Rio Grande do Sul, simboliza toda a tradição do Rio Grande, toda a luta pela terra, todo o grito bravio de não concordância com as correntes que não se afinavam com as nossas idéias, com os nossos ideais. Porque querem modificar a Bandeira do Rio Grande? Aparece uma bandeira despida e lambida com a parte verde acima, com a parte vermelha, no centro; a parte amarela, na parte de baixo. Mas, surpreendentemente, sem os brasões.

Quais são as intenções do Governo do PT? O que o PT quer? Modificar a Bandeira? Modificar a Bandeira do nosso Estado? Mas por quê? Com que direito?

Quero reforçar a minha colocação para lembrar que o art. 6º da Constituição deste Estado proclama: “São símbolos do Estado a Bandeira Rio-Grandense, o Hino Farroupilha e as Armas Tradicionais”. Não podemos abrir mão disso. Mas onde é que nós estamos? O que o PT pensa que é? Modificar a Bandeira do Estado? Está "pintando os canecos", modificando a segurança; fazendo o que quer com a Brigada Militar e com a Polícia Civil e agora quer tocar na Bandeira!?

Não sei quais são as intenções que este Governo tem para com o Estado, mas reajo frontalmente à modificação da Bandeira! Não me toquem na Bandeira do Estado do Rio Grande do Sul! Como não me toquem na Brigada Militar! Eu tenho dito e repito: não me toquem na Brigada Militar e não me toquem na Bandeira do Rio Grande! Se querem inventar coisas, inventem em outro terrenos, mas nesse não! Isso é tão importante que a Constituição Federal também trata do assunto, dizendo que são símbolos da República Federativa do Brasil a Bandeira, o Hino, as Armas e os Selos Nacionais. O Estado não tem Selo Nacional. O Estado tem três símbolos, a República tem quatro Símbolos. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem ter símbolos próprios. Eis aqui em baixo na tribuna o símbolo do Município de Porto Alegre. É heráldica! Isso é heráldica, é coisa séria! Não se pode fazer o que bem se entende. O nosso Vereador concede o tempo e eu termino com o aparte dele.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.)

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Eu termino a minha manifestação com o aparte do Vereador.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: Muito obrigado. Ver. Pedro Américo Leal. Eu agradeço a sua confiança de que eu finalize o seu pronunciamento, mas eu gosto do contraditório e gostaria que V. Ex.ª fizesse o contraditório comigo. Eu não conheço essa proposta, mas quero dizer a V. Ex.ª que pior do que uma proposta de alterarmos os símbolos do Estado é entregarmos o patrimônio público deste Estado como fez Antonio Britto. Muito obrigado.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Estou de acordo, mas V. Ex.ª não me respondeu a indagação. Eu quero saber o que o Governo do Estado pretende ao tentar modificar a Bandeira do Rio Grande. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações por cessão de tempo do Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu desejo aplaudir o posicionamento do Ver. Pedro Américo Leal. Os nossos símbolos sagrados não podem ser tocados. Quando nós deixamos de respeitar a nossa Bandeira, o Hino e o Brasão já estamos deixando de respeitar a nacionalidade. No PT isso não é estranho, meu caro Ver. Pedro Américo Leal: quando o Prefeito Olívio estava na Prefeitura, fizeram uma publicidade em cima da bandeira brasileira. Naquela oportunidade, eu exigi que a publicidade fosse retirada, e a Prefeitura a retirou. É assim que tem que ser tratado aquilo que é mais precioso para nós, é intocável e não pode ser conspurcado por ninguém, não pode ser modificado por ninguém. Quando eu era Prefeito, os Professores da Universidade Federal fizeram um outdoor com a Bandeira do Brasil, onde pintaram uma faixa negra. Eu exigi que fosse retirada na mesma hora. Os Professores foram lá, retiraram e pediram desculpas. Com os símbolos a gente não brinca.

Mas o PT tem o direito a fazer todas as coisas que quer. Agora, por exemplo, ele culpa o Diógenes por todas as coisas que aconteceram. Quem, sozinho, poderia fazer tudo aquilo no Clube da Cidadania? Só um herói como o Diógenes não precisaria consultar ninguém, não precisaria fazer nada. Aquilo para eles foi um símbolo também, mas o Diógenes era o culpado, só o Diógenes. O Diógenes fez tudo, até a eleição foi maravilhoso, fez tudo, serviu, houve foguetes, bandeiras, um monte de coisas foi colocado, carros, tudo colocado lá, e tudo era bonito. Depois da eleição, foi o Diógenes! Aí eu me lembrei, durante esta semana, que, há alguns anos, depois da eleição, o PT, que tanto critica as empreiteiras, queria devolver, para a Odebrecht e para outras empreiteiras, o dinheiro que lhe havia sido dado na campanha do PT. Mas, depois da eleição!

Então, foi usada a máquina, aquilo era um grande símbolo para eles. Agora a estrela não é mais estrela, é cometa; então, na verdade, a coisa ficou complicada. É preciso que haja sempre atenção com as coisas sagradas da nossa Pátria, com as coisas sagradas da nossa Casa, com a nossa Constituição, com a nossa Lei Orgânica. É assim que vamos conquistar as coisas que a população espera de nós: com respeito, que é primordial para que tudo cresça.

Fiquei encantado, há algum tempo, quando vi, na Argentina, cantarem o Hino Nacional Argentino, que não tem uma letra tão grande quanto a nossa, mas o entusiasmo com que aquela gente cantava o seu hino, que dizia “ou viver com glória ou morrer com honra...”, e isso era repetido. Isso faz com que um povo se levante em torno de um símbolo extraordinário que é o seu Hino Nacional. E a nossa Bandeira, quando tremula, tem de tocar no nosso coração; ela não pode ser conspurcada, ela não pode ser modificada, ela é a nossa Bandeira, que, nos campos de batalha, levou a alma gaúcha, e foi com ela que nós marcamos fronteiras, inclusive.

Por isso, eu não posso admitir que o Governo do Estado faça qualquer alteração na Bandeira. Meus cumprimentos Ver. Pedro Américo Leal, V. Ex.ª está absolutamente correto. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu, há pouco, recebi uma provocação do amigo Ver. Raul Carrion, uma boa provocação, para que nós pudéssemos debater. O meu posicionamento já era definitivo a partir do momento em que surgiu a idéia de modificação nas leis trabalhistas. O meu posicionamento, daqui desta tribuna, foi contra, em nome do Partido Trabalhista Brasileiro.

Eu queria ler o que recebi há pouco do nosso único Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul, Edir Oliveira: “O Projeto nº 5.488, com um mês apenas de existência nesta Casa, não pode ser votado sem um debate, sem uma discussão, sem uma avaliação, sem se saber do mundo empresarial qual realmente é a sua fundamentação e a sua necessidade, contrariando a história e a tradição para nós, trabalhistas. Nós, do PTB de Getúlio Vargas e de Pasqualini, que assinamos a CLT, reconhecemos a necessidade de revisá-la, de atualizá-la para um novo século. Pelas novas convenções, não podemos votar de afogadilho, sem que se examine o seu conjunto e as garantias fundamentais do trabalhador. O PTB do Rio Grande do Sul não poderá votar a favor desse Projeto de Lei e estamos, neste momento, fazendo um apelo ao Sr. Presidente Fernando Henrique, aos seus ministros e aos líderes desta Casa, que representam a base do Governo, para que retirem este Projeto da Pauta e deixem-no tramitar livremente nas Comissões. Se ele for realmente meritório e necessário, é claro que será aprovado por esta Casa. Não podemos votar contra a nossa consciência neste momento sem saber até a pedido de quem. Não vi qualquer discussão de nenhum movimento ou entidade, mesmo que empresarial, justificando a necessidade dessa operação. Os trabalhadores são contra. O povo é contra. A sociedade brasileira é contra. Esta Casa tem de acompanhar o anseio popular.”

Portanto, Ver. Raul Carrion, fico satisfeito em saber que o nosso Deputado Federal Edir Oliveira é contra a mudança na CLT, que tanto o nosso Partido se orgulha de tê-la como uma bandeira forte para o trabalhador.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Cassiá Carpes, em primeiro lugar quero parabenizar V. Ex.ª e dizer também que, rapidamente, mostrando a sua liderança junto ao Partido, entrou em contato com a Câmara Federal para obter essa posição contrária ao ataque aos direitos dos trabalhadores. É importante esse debate que se faz na Câmara, porque tem os seus resultados, como estamos vendo hoje.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Obrigado, Vereador, V. Ex.ª já sabia, portanto, do comportamento deste Líder do Partido Trabalhista Brasileiro, do Ver. Elói Guimarães, e que o Partido Trabalhista Brasileiro tem a CLT como uma bandeira que só pode ser modificada por um grande debate entre a sociedade, entre os trabalhadores, para que possamos, sem dúvida, acrescentar algo que não prejudique o trabalhador brasileiro.

Quero aproveitar esta manifestação para dizer da satisfação do Partido Trabalhista Brasileiro ao ver que, pelas pesquisas, embora não seja candidato ao Governo do Estado, o Dep. Sérgio Zambiasi atinge de 16% a 22%, já que, na anterior, para o Senado, também era franco favorito. No segundo turno ele seria imbatível, mas o nosso Partido pensa na estruturação, tem bandeira, tem tradição, e o nosso Deputado, Presidente de Honra, Sérgio Zambiasi, está fazendo, na Assembléia Legislativa, um trabalho excepcional, colocando aquela Assembléia como um parâmetro de organização, de estrutura fundamental para os debates dos problemas do Rio Grande do Sul. Portanto, nós estamos satisfeitíssimos pela conduta do nosso Líder, pelo prestígio do nosso Líder e mostrando que o Partido Trabalhista Brasileiro será, na campanha do ano que vem, o referencial, o termômetro da eleição, seja para o Governo do Estado, seja para o Senado. Isso vem fortalecer as nossas bases, fortalecer a nossa estrutura no interior, fortalecer as candidaturas para Deputados Estaduais, para Deputados Federais e portanto tem um peso significativo na campanha de 2002.

Obrigado, Sr. Presidente, quis fazer e saudar aqui o pronunciamento do Deputado Edir Oliveira e o posicionamento firme, concreto, nas pesquisas do nosso maior Líder, Deputado Sérgio Zambiasi. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Antônio Augusto Bernd está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ANTÔNIO AUGUSTO BERND: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, novamente aqui nesta tribuna, como Vereador Suplente, assumindo a cadeira da Ver.ª Clênia Maranhão, aproveito essa oportunidade para levar ao conhecimento dos colegas Vereadores, à população porto-alegrense da nossa iniciativa, no dia 1º de outubro, quando levamos ao conhecimento do Presidente do Diretório Municipal do PMDB, de Porto Alegre, Deputado Federal Mendes Ribeiro Filho, a nossa posição em nível político-patidário, que passo agora a ler. (Lê.) “Sr. Presidente: ao cumprimentá-lo cordialmente e ao conjunto dos membros da executiva do Diretório Metropolitano do PMDB de Porto Alegre, vimos pelo presente manifestar o que segue: 1. Como militante do MDB e filiado há quase 20 anos no PMDB, participamos da luta contra a ditadura, em defesa da anistia e pela democratização do País; 2. Como peemedebista, assistimos com orgulho a liderança do Partido na vitória de Tancredo Neves e, como fiel da balança, em defesa da democracia na sustentação do Governo José Sarney e, igualmente, no Governo Itamar Franco; 3. Em que pesem controvérsias, democraticamente, o PMDB decidiu sustentar politicamente, em nome da estabilidade econômica, o Governo Fernando Henrique Cardoso, o que, igualmente, avaliamos como postura exemplar em nível partidário, em defesa do povo e do País; 4. Nos últimos dois anos do Governo Fernando Henrique Cardoso, em virtude de indícios consistentes de corrupção em alguns setores e ministérios, a sociedade exigiu dos políticos uma tomada de posição com a instalação de uma CPI. Neste momento de afirmação histórica da Nação em nível ético e moral, o PMDB, lamentavelmente, não apoiou de forma uníssona a apuração dos fatos e a punição dos responsáveis que, comprovadamente, malversaram o dinheiro público; 5. Com a não-aprovação da CPI da corrupção, sucederam-se no Partido situações de constrangimento com a sociedade em função de envolvimentos ilícitos de lideranças do PMDB em nível nacional, com total omissão e conivência de alguns integrantes da Executiva Nacional, exemplificada pela manutenção nos quadros partidários do ex-Senador Luiz Estevão, cassado, preso e condenado pela justiça por locupletação de recursos públicos; 6. O ex-Presidente do PMDB e do Senado Federal Senador Jader Barbalho, com o apoio da maioria dos parlamentares do Partido, submete a todos, a mácula da corrupção, mancha que o PMDB de Ulisses Guimarães jamais admitiu, combatendo-a desde as práticas do ex-Governador Orestes Quércia; 7. O perfil ético e moral do PMDB em nível regional, sob a liderança do Senador Pedro Simon, que historicamente norteou o Partido em nível nacional, está fragilizado e, sequer com a influência suficiente para conduzir referido perfil, na pessoa do grande Senador José Fogaça, como esperança de mudança no Congresso Nacional; 8. Como militante, tivemos a satisfação e o orgulho da distinção do Partido na indicação como Diretor do IPE nos Governos Simon/Guazzeli e Antônio Britto, os melhores de todos os tempos no Rio Grande do Sul; 9. Em retribuição às distinções do Partido, colocamo-nos à disposição como candidatos a Vereador de Porto Alegre nas últimas eleições para contribuir com a legenda do PMDB, a qual oportunizou a eleição de três cadeiras na Câmara Municipal; 10. Eleito 1º Suplente de Vereador, basicamente com os apoios do Núcleo do PMDB do Grupo Hospitalar Conceição e Núcleo do PMDB do IPE tivemos a decepção partidária de não conduzir como superintendente do GHC um companheiro partidário, apesar do apoio dos Diretórios Regional e Municipal, bem como das Bancadas dos Deputados. Ficou o Partido submisso à atuação do Ministro dos Transportes Eliseu Padilha que apoiou e nomeou o atual Superintendente sem vinculação partidária e sem compromisso com o Núcleo do PMDB de GHC. Em nível do IPE, recentemente no último dia 25 de setembro, na Assembléia Legislativa, o Núcleo do PMDB do IPE articulou a votação de uma emenda a Projeto de Lei que garantiria reajuste salarial aos servidores do IPE elaborada pelo Líder da Bancada Estadual, Deputado Paulo Odone e, com tristeza...”

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Seu tempo encerrou, Vereador.

 

O SR. ANTÔNIO AUGUSTO BERND: Solicito ao Presidente o tempo para que possa concluir.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Seu tempo encerrou. V. Ex.ª termina a frase e encerra o seu tempo de cinco minutos regimentais.

 

O SR. ANTÔNIO AUGUSTO BERND: “... Ficou o partido submisso à atuação do Ministro dos Transportes Eliseu Padilha que apoiou e nomeou o atual Superintendente sem vinculação partidária e sem compromisso com o Núcleo do PMDB do GHC.”

Continuaremos a nossa manifestação e a conclusão da leitura do documento no tempo de Liderança do Partido da Ver.ª Clênia Maranhão, ao qual ingressei, já que me desfiliei em 1º de outubro e ingressei no PPS. Inclusive, peço ao Sr. Presidente que registre na Câmara. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Esta Presidência, oficialmente, não tem nada. Para esta Presidência, V. Ex.ª ainda é Vereador do PMDB, nos registros da Casa. V. Ex.ª tem que oficializar como ingresso no PPS, que muito honra esse Partido, para que, quando V. Ex.ª estiver no uso da titularidade, disponha, também, de tempo de Liderança.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, recebi a manifestação, na Câmara Federal, do Deputado Edir Oliveira, já aqui mencionado pelo Ver. Cassiá Carpes, nosso Líder, da posição clara e inequívoca do Partido Trabalhista Brasileiro no que respeita as tentativas de Fernando Henrique, do Governo Federal em acabar com a era Vargas.

Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, queremos aqui reiterar a posição gaúcha, no sentido de rejeitar essas tentativas de solapar direitos trabalhistas concebidos pela Revolução de 30, bem antes da concepção da Consolidação das Leis do Trabalho. É bom que se diga que, em alguns momentos, determinados segmentos não eram muito simpáticos ao Dr. Getúlio Vargas; ficavam criando certas picuinhas. Só agora esses mesmos segmentos compreenderam a fantástica obra que realizou o ex-Presidente Getúlio Vargas e todo aquele movimento de idéias que se produziram a partir da Revolução de 30, e que concebeu esse magnífico documento protetivo do direito laboral dos trabalhadores.

Fica aqui a nossa manifestação para dizer que não podemos aceitar, de forma nenhuma, que se toque nos direitos trabalhistas que representam as garantias do nosso trabalhador. E, se durante todo esse tempo, a Consolidação das Leis do Trabalho deram certo, por que não continuar? Evidentemente, não podemos fechar os olhos para as grandes transformações tecnológicas que o mundo sofre, mas não podemos permitir, de forma alguma, que os direitos trabalhistas concebidos nesse grande instrumento da CLT possam ser tocados. E é bom que se pergunte o que se fez pelo trabalhador de lá para cá? Absolutamente nada! Vejam o avanço que se observou com a CLT, fruto do movimento de 30, das idéias libertárias, daquele nacionalismo sustentado por Getúlio Vargas. Por isso nós, trabalhistas, temos esse compromisso muito sério, razão de ser até do nosso Partido e de outros partidos trabalhistas, mas fundamentos, verdadeiros estamentos do nosso Partido, que foram as conquistas dos trabalhadores.

Por isso, todos os anos, vamos fazer nossas orações perante a Carta-Testamento de Getúlio Vargas, agradecendo por toda uma luta por ele travada, que terminou com o seu suicídio, quando forças internacionais aliadas a grupos nacionais pretenderam depor contra os avanços dos trabalhadores.

Por isso nós, trabalhistas, quando estamos diante dessas alterações que se pretendem adotar na Consolidação das Leis do Trabalho, queremos trazer o nosso rechaço para dizer que não abrimos mão, absolutamente, das garantias, das normas que protegem, que asseguram os direitos dos trabalhadores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): A Ver.ª Maristela Maffei está com a palavra em Comunicações por cessão de tempo do Ver. Almerindo Filho.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, vários temas foram pautados durante esse período de Comunicações. Eu acho interessantíssimo esse sentimento de nacionalidade, tema aqui referido; mas, ao mesmo tempo, não ouvi nenhum clamor maior de alguns parlamentares, quando tivemos questões fundamentais que dizem respeito à soberania nacional, do povo brasileiro, sua soberania territorial, política e econômica. Por exemplo, o que é um símbolo realmente que traduz a alma desta terra? A venda da Companhia do Vale do Rio Doce, entregaram a Vale do Rio Doce por trocadilho de banana, venderam os nossos bancos estatais, privatizaram a área das comunicações, mas antes sanearam, estruturam com o quê? Com o dinheiro do povo brasileiro, depois venderam para os espanhóis, aqui em Porto Alegre, e hoje, se nós quisermos nos comunicar, quando temos problemas de finanças, junto às nossas contas telefônicas, enfim, ou nós nos especializamos em outras línguas, ou nós conversamos com computadores, porque nós não temos a quem apelar, quando somos feridos no nosso dia-a-dia, no bolso e na nossa dignidade.

Outro símbolo importante, Ver, João Antonio Dib, é a Base de Alcântara. Hoje nós temos um espaço para os norte-americanos que não permitem que, absolutamente, ninguém do País, inclusive do Governo Federal, a Marinha e o Exército possam fazer qualquer intervenção ali. Quem comanda? Os americanos. Isso é o mais explícito, fora aquilo que nós não conseguimos, muitas vezes, ter acesso as informações necessárias.

No que se refere ao processo de privatização da PETROBRAS, quanto lutamos por isso, para que o petróleo fosse, sim, nosso, do povo brasileiro, e isso é uma forma reguladora de mantermos na economia a nossa independência. Hoje nós vemos, propositadamente, o sucateamento da PETROBRAS, para, daqui a pouco, também vender com o financiamento público. A Caixa Econômica Federal não é mais Federal agora, Ver. Humberto Goulart, agora ela é Caixa, e Caixa qualquer um bate, perde o sentido, isso é filosofia positivista, adentra na massa encefálica e ninguém percebe. Aos poucos destrói tudo e daqui a pouco ninguém percebe. Assim ocorre com o Banco do Brasil. E aqui no Estado do Rio Grande do Sul, nós tivemos o chamado Plano de Demissão Voluntário – PDV – no Governo Antônio Britto, quando mais de "treze mil" funcionários públicos na área da segurança e da educação aderiram ao Programa. Sucatearam, renderam e deixaram o povo à mercê da marginalização, e aí, como se recuperar esse "desmancho", Ver. Pedro Américo Leal, V. Ex.ª que conhece tão bem a caserna e a corporação. Não é fácil resgatar esse trabalho, quando tínhamos os melhores quadros fora realmente da sua especificação e do seu objetivo, que é a segurança.

Hoje nós temos no Governo do Governador Olívio Dutra, a retomada desse processo, com a retomada daqueles que foram demitidos. E saibam, senhoras e senhores, que o Plano de Demissão Voluntária, do Governador Antônio Britto, foi financiado pela Caixa Econômica Federal, e até hoje nós estamos pagando, e isso tem que ser dito, e isso, a RBS não diz à população. O que a RBS faz? São dois projetos antagônicos. Quando nós mexemos na ferida, quando nós descobrimos todo o problema da banda podre, que não é apenas em setores da segurança, mas a banda podre que a RBS hoje exerce com inverdades em relação ao PT.

E, senhoras e senhores, quero dizer mais, para encerrar, Sr. Presidente, que nós temos mais um problema sério, nós temos, aqui, a desregulamentação do mundo do trabalho, que não foi apenas elaborado por um herói, foi com o sangue do povo brasileiro que conquistou, nas suas lutas, nos sindicatos, e muitos dos que vêm, aqui, discursar, agora, dizem: “Oh, estão desmantelando, estão desregulamentando o mundo do trabalho”. Estão, sim, mas, em muitos momentos, lá na Câmara Federal, estiveram juntos com o Fernando Henrique e, agora, que estamos próximos das eleições, no ano que vem, caem foram. São lobos em pele de cordeiro, senhores e senhoras. Prestem atenção: só se desmascaram as pessoas, na teoria e na prática, ouvindo, aqui, nesta Casa, e na vida, as muitas demagogias que nós temos ouvido. Muito obrigada.

 

(Revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Humberto Goulart está com a palavra em Comunicações por cessão de tempo do Ver. Ervino Besson.

 

O SR. HUMBERTO GOULART: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, quero agradecer a cedência do tempo ao Ver. Ervino Besson.

Estive refletindo a respeito das especialidades médicas que não conseguem ser acessadas pela população. Aproxima-se o fim do ano e eu lembro que este discurso é sempre o mesmo. O Vereador que se compromete com uma causa tem que funcionar dentro da burocracia pública, segundo o princípio de que água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Nós temos que pensar que vai terminar o ano e que muitas pessoas estão aguardando uma consulta com o otorrino. Quantas pessoas estão aguardando por uma consulta com o oftalmologista, quantas pessoas estão imaginando que vão receber até o fim do ano o chamado do Posto de Saúde para irem tratar a sua coluna, ortopedista de coluna. E aqui um parênteses, a Saúde do Município reatou o convênio com o Hospital Banco de Olhos a fim de oferecer para a população as consultas que está devendo, e, interessante, não foi encaminhado para o Hospital Banco de Olhos nem 15% das vagas oferecidas, nem 15% foi preenchida por consultas de oftalmologistas, para operação de catarata, e isto é preocupante. É muito preocupante. Imaginava, eu, que não houvesse local para que as pessoas consultassem. Não. Fica na mente aquela idéia de que a estratégia está errada. A estratégia está muito errada. As pessoas precisam dessas consultas. Como é que o Banco de Olhos oferece tantas cirurgias e tantas consultas e não é atingido nem 50% disto? Como fazer? Será que debatendo profundamente nesta tribuna tudo que temos debatido não é suficiente para chamar a atenção das pessoas? Matutei, uma madrugada dessa, como resolver isto, para o Ex.mo Sr. Prefeito de Porto Alegre, uma idéia que, na conversa, lhe pareceu boa, segundo a informação que me deu no momento. Levei esta idéia também para o Secretário em conversa pessoal, o nosso inteligente, esforçado e querido Secretário Joaquim Klimann, que é o fato de se usar o Centro de Saúde Modelo, uma Unidade de Saúde bem central, uma Unidade de Saúde imensa, com diversas salas, para que ali se instalasse a Unidade de Atendimento Especializado. Dentro da descentralização da saúde, nós temos que centralizar para responsabilizar um local para que a gente possa medir isso. Por que isso não é medido? Porque um pouco é atendido no Hospital Conceição, um pouco no Hospital Banco de Olhos, um pouco no Hospital “X”, ambulatório tal, e não temos a medida disso, não conseguimos medir para fiscalizar. Ao passo que, se fosse instalado dentro de um grande centro, como é o Centro de Saúde Modelo, o centro de especialidades médicas, nós poderíamos medir isso. Sabemos que, às vezes, os médicos têm de atender dezesseis e atendem sete; nós sabemos que têm de ser marcadas para os dezesseis e não são marcadas as consultas. Há falhas em diversas instâncias. Aquele centro de saúde está aquém das suas possibilidades, fazendo vacinas, oferecendo um ou outro acanhado exame, uma ou outra acanhada consulta. E se lá tivéssemos centralizados os otorrinolaringologistas do Município, os oftalmologistas, os ortopedistas teríamos como medir essa discrepância de oferta. E quem está me ouvindo e está precisando sabe o que estou dizendo.

Então, vou pedir aos Vereadores que prestem muita atenção num Pedido de Providências que vou fazer pedindo para que se centralizem dentro do Centro de Saúde Modelo todas as especialidades médicas, para que saibamos que estão sendo atendidas a pleno as pobres e coitadas criaturas que estão dependendo de uma consulta de especialidade.

Para encerrar, Ex.mo Presidente Ervino Besson, precisamos, além do discurso, tomar medidas contundentes para que isso aconteça. E, em breve, não vão querer que este Vereador se amarre nas grades do Posto de Saúde Modelo para mostrar que as especialidades médicas não estão sendo atendidas? Vão esperar que eu me amarre, como único médico eleito nesta Legislatura, para que seja ouvido o que tenho pedido aqui desde o dia 1º de janeiro? Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 2655/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 179/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que estabelece normas para a contratação e execução de obras, projetos, serviços e fornecimento de bens e produtos com o Município de Porto Alegre.

 

PROC. 2997/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 202/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que institui a Semana Municipal da Capoeira e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

PROC. Nº 4095/01 - SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria do Ver. Humberto Goulart, que autoriza o Poder Executivo a implantar quatro Postos de Atendimento à Saúde 24 horas, distribuídos nos pontos de maior densidade populacional nas áreas norte, sul, leste e oeste do Município, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 274/01, de autoria da Ver.ª Maria Luiza.

 

PROC. 4304/01 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 025/01, de autoria do Ver. Estilac Xavier, que altera os limites da Subunidade nº 01 da U.E.U. (Unidade de Estruturação Urbana) nº 046 da Macrozona nº 01, e da Subunidade nº 02 da U.E.U. nº 046 da Macrozona nº 01, constantes no Anexo 1.1 da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA).

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 3847/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 098/01, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que altera a Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores - Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre. (comunicações das comissões)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, já no final da Sessão Legislativa e a fúria legiferante está presente. Não tem o que fazer com os projetos que entraram na Pauta no dia de hoje, só no ano que vem, mas a pressa de fazer novas leis é algo que impressiona. Mas será que nós precisamos de todas as leis que aí estão sendo propostas ou nós precisamos cumprir as leis existentes ou nós precisamos até conhecer as leis existentes? O Ver. Raul Carrion pretende estabelecer normas para contratação, execução de obras, projetos, serviços e fornecimento de bens e produtos com o Município de Porto Alegre. A redação não está muito boa, mas, em todo o caso, eu sei o que ele quer. É preciso saber que a Prefeitura já existe há muito tempo e funciona muito bem há muito tempo e que lá tem um organismo que se chama CESO, a Comissão existe e funciona muito bem, muito bem. Recebeu ao longo do tempo alterações e funciona muito bem, se não for inscrito no CESO, não negocia com a Prefeitura.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Em primeiro lugar V. Ex.ª me honra com toda a intervenção sobre o nosso Projeto. Queria dizer que o nosso Projeto não vai no sentido de nenhum demérito contra a Administração do Município. Ele tem um cerne que é o seguinte: muitas empresas que são contratadas não recolhem o Fundo de Garantia para os seus trabalhadores ou não recolhem outras contribuições providenciarias. Depois elas, muitas vezes, entram em falência, em concordata, e os trabalhadores ficam “a ver navios”. Então, a nossa preocupação é a seguinte: os pagamentos só serão feitos na medida em que essas empresas vão comprovando mensalmente a contribuição para o Fundo de Garantia e as suas obrigações providenciarias. Existem outros elementos na legislação que procuram atualizar, existe toda um a legislação moderna, mas ainda, nas normas legais existentes, algumas questões não foram contempladas. É essa a essência da nossa medida e isso não está contemplado, ao que nós tenhamos conhecimento, na atual legislação. Mas, de toda forma, creio que a sua preocupação será atendida por nós.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu gostaria que V. Ex.ª conhecesse melhor o CESO e também as limitações do Vereador de legislar em matéria federal.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Acho extremamente importante, eu queria até me inscrever no ponto de Pauta para falar sobre este tema, porque, na verdade, o Ver. Raul Carrion está reintroduzindo alguns elementos de uma lei que nós aprovamos aqui, exatamente eliminando essas questões, porque não é o papel da Prefeitura fazer fiscalização do INSS e do FGTS. Nós, no ano de 1998, 1999, elidimos essa parte de uma lei do Ver. Pedro Ruas, que, depois, concordou conosco que, de fato, estava errado. Quer dizer, a Prefeitura não tem esta função, na minha opinião está equivocado o Vereador porque eu fui o autor da Lei que tirou isso fora dessa Lei.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu reconheço as intenções, mas eu dizia que é bom que o Vereador se situe na sua limitação, na área que ele pode legislar e que não tente sair dela.

O mesmo Ver. Raul Carrion pretende instituir a Semana Municipal da Capoeira. A pressa foi tanta que ele mesmo reconheceu que a matéria precisava ser emendada, porque estava dando atribuições à Prefeitura que não compete ao Vereador fazê-lo.

O Ver. Humberto Goulart, conhecendo como conhece o problema de saúde pretende, num Substitutivo... E eu, na sexta-feira passada, falei nesta tribuna, que a fúria de legislar é tão grande que a pessoa chega aqui, por um dia só, e faz diversos projetos de lei pretendendo registrar no seu nome. Mas eu acho que o Vereador vai poder explicar para nós o que é o Centro de Atendimento que ele pretende, semelhante ao que pretendia a Ver.ª Maria Luiza.

Mas não quero encerrar, Sr. Presidente, antes de dizer que o que o Ver. Estilac Xavier pretende, com o seu Projeto de Lei Complementar, precisa ser esclarecido.

Eu fico muito contente porque já tentei aqui impedir construções nos parques e não tive nenhum voto do PT. Parece que as coisas estão melhorando. Mas vão ter de ser esclarecidas para ver se eu posso acompanhar o Projeto de Lei de S. Ex.ª, o Ver. Estilac Xavier. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): A Ver.ª Maristela Maffei está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Antônio Augusto Bernd está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ANTÔNIO AUGUSTO BERND: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, gostaria de destacar nesta Pauta o Substitutivo do Ver. Humberto Goulart que autoriza o Poder Executivo a implantar quatro postos de atendimento à saúde, 24 horas.

Dentro deste particular, já é muito debatida nesta Casa a necessidade de implementação de uma política de saúde em tempo integral. Já ocorreram aqui vários debates sobre a necessidade, especialmente na Zona Sul de Porto Alegre e a necessidade, sobretudo, do Pronto Socorro Zona Sul, que já está em processo de encaminhamento. Dentro dessa ótica, eu gostaria de destacar o posto de saúde do Bairro Guarujá, que já foi aprovado, inclusive o prédio já está em processo de construção, na Av. Guarujá. Há mais de ano as obras estão interrompidas e, praticamente, em escombros, sem nenhum tipo de resposta efetiva do Poder Executivo. Nós gostaríamos de, dentro dessa mesma linha de preocupação do Poder Executivo e desta Casa, dar uma atenção especial ao posto de saúde do Bairro Guarujá e saber as razões pelas quais essa construção foi interrompida, resolvê-las e tomar logo as providências necessárias. Nesse particular, vou encaminhar um Pedido de Providências para que se resolva essa questão e venha a se somar ao nosso esforço no que se refere à questão da saúde, que é tão problemática em nível de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, comunidade aqui presente que, mais uma vez, se mobiliza para lutar por sua cidadania, para a garantia da cidadania que exercem com tanta força e com tanta dedicação, inclusive abrindo mão de tanto do seu tempo de sua vida para constituir o Orçamento que esta Casa analisa; artesãos que aqui se encontram acompanhando a questão da constituição da Feira do Gasômetro. Eu discuto aqui o Projeto de Resolução de minha autoria que quer propor para esta Casa um espaço para comunicações de Comissões. Eu fico pensando que muitas coisas acontecem nas nossas Comissões, trabalhamos aqui nas terças e quintas e há debates riquíssimos, temas, recepção de comunidades. Isso tudo que acontece nas Comissões, muitas vezes, demora demais para chegar ao Plenário. Às vezes, o Plenário, como um todo, vai enfrentar determinado tema no final do processo, quando já poderia ter contribuído com emendas, quando já poderia ter enriquecido os projetos com debates, quando a Casa poderia estar encontrando soluções mediadas, proporcionando debates, se pudéssemos ter um diálogo mais efetivo do conjunto dos Vereadores com o debate que acontece nas Comissões. Sinto isto, este ano, porque presido a Comissão de Educação, Cultura e Esportes, mas tenho certeza de que os colegas, que trabalham nas outras Comissões também sentem isso, que para poder falar do que está acontecendo na Comissão, ou o Vereador usa o tempo de Comunicações, que é praticamente uma vez por mês, e vai aproveitar para utilizar este tempo de Comunicações para tratar de um projeto seu, e, portanto, fica prejudicado se for trabalhar o tema da Comissão a que pertence, ou o Líder da Bancada vai utilizar o espaço em Comunicação de Líder, que também tem uma outra função. Então, as Comissões, que produzem muitos conhecimentos importantes para o trabalho desta Casa, não têm um espaço para socializar na caminhada, no processo de construção dos projetos.

Qual é a minha idéia para discussão com os Vereadores? Que, nas quartas-feiras, nós possamos ter um espaço para quatro Comissões, apenas na quarta-feira, as Comissões entrariam para falar na forma de rodízio, a Comissão, em reunião, decidiria quem vem falar sobre o tema que está em discussão, que está em polêmica na Comissão. A idéia também é de que, nas quartas-feiras, por inscrição prévia, as Comissões temporárias possam também se expressar no Plenário. Às vezes, uma Comissão de pouco tempo, que sai para fazer uma investigação, que sai para fazer um debate específico, em que ouve a comunidade, faz um relatório e não tem momento nenhum tempo para explicitá-lo aqui. Ás vezes, encaminhamentos importantes poderiam estar sendo trazidos ao conjunto dos Vereadores e comunicados desta tribuna.

Esta é a idéia, ou seja, abrigarmos um novo tempo de Comunicações que seria para as Comissões.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Já nos manifestamos em Pauta favoráveis ao Projeto de V. Ex.ª, que consideramos importante, mas estamos fazendo uma emenda, e já havíamos comentado com V. Ex.ª, no sentido de que as Comissões Especiais, as Comissões temporárias, só usariam este tempo quando fosse do seu relatório, porque são muitas Comissões Especiais. Chegamos, em determinado momento, a ter dez Comissões Especiais, externas, CPIs, e então ficaria quando do seu relatório, para não termos demasiadas Comissões usando o tempo. Então é uma emenda que vamos submeter a sua consideração também.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Raul Carrion, é uma ótima sugestão, acho que racionaliza o uso desse tempo e garante a intenção do Projeto, que é contemplar o produto das ricas discussões que os Vereadores fazem nas Comissões. Neste final de semana eu contava para algumas pessoas que não têm o costume de vir à Câmara de Vereadores e que, partindo do senso comum, e muitos diziam - eu contando como nós trabalhávamos, como tínhamos muitas demandas, muita agenda e muito trabalho como Vereadores - que então eu era uma das que trabalhavam, pois o senso comum é de que os Vereadores não trabalham. Quando comecei a contar o que era o trabalho daqui de dentro da Casa, com três dias de Sessão, as sessões das Comissões, as Comissões Especiais, a Bancada, eu disse: “Vejam só quão pouco tempo sobra para estar no conjunto da Cidade.” Isso também ajuda a mostrar para a comunidade o trabalho que se faz para que se continue numa avaliação rasteira de que não há trabalho aqui dentro. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, comunidade presente nesta Sessão, funcionários, público do Canal 16. Ver. João Dib, eu tenho feito um esforço como prioridade do meu mandato de trabalhar a Liderança da Bancada e a liderança do Governo, isso demanda, como V. Ex.ª bem sabe, um tempo muito precioso de negociações, de conversações e, por prioridade de interesse do meu Partido, do meu Governo, da minha Bancada, eu tenho tido dificuldades em me dedicar ao trabalho do mandato, especificamente. Em função disso eu criei um grupo de colaboradores que tem me auxiliado e discutido eventuais projetos que nós possamos, nesta Casa, apresentar.

Uma questão que sempre me chamou a atenção, quando nós adquirimos esta área do rio, com o DNOS, Estado e o Município integrados, na década de 60, parte desse terreno, que hoje está a Câmara Municipal e mais ao lado, foi destinado áreas para o Município e à União. E na direção da Rua Edvaldo Pereira Paiva nós temos uma área aberta, uma parte até com mata, e sempre me chamou atenção qual seria o destino dessa área. Visto que, quando começamos a discussão sobre a Pista de Eventos na 3.300 e a discussão do Parque Harmonia, os seus limites, agora se vê, ao longo da 3.300, a edificação dos tribunais. São maciços edificados, 30.000 m2 e eu fiquei imaginando, porque a área lateral a esta Casa, na Av. Loureiro da Silva nº 255, é destinada a prédios municipais, e fiquei imaginando que esse assunto não é de conhecimento da população, porque esse é um elemento que está consagrado no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental e, seguramente, a maioria da população pensa que essa área é uma área que será intocável, que serve a um parque, para lazer, para esporte, mas não é.

A legislação atual, a nossa Lei Complementar, determina que essa área seja - é uma subunidade de uma união de estruturação urbana - destinada a prédios municipais. Nenhum questionamento quanto ao mérito de que o Município tenha reservas de áreas para construir os seus próprios municipais e pela expansão da própria administração. Pareceu-me oportuno trazer ao debate desta Casa, e por isso eu trago à consideração dos meus nobres colegas, a desafetação dessa área para que ela continue tal como ela é, com uma área verde, de acesso ao lazer, na Usina do Gasômetro, da Rua Edvaldo Pereira Paiva e também que ela possa se somar aos vários espaços urbanos que nós temos na Cidade. Já recebi o apoio do Ver. Pedro Américo Leal, do qual agradeço muito. Seria um anexo de quatro a cinco hectares de áreas verdes que, em muito, acrescentarão a nossa Cidade, nas trezentos e quarenta e cinco praças que nós temos, totalizando três milhões de metros quadrados, ou ainda os onze parques, Ver. Pedro Américo Leal, totalizando cinco milhões de metros quadrados, sendo que lá na década de 70, tínhamos somente dois parques: o Parque Farroupilha e o Parque Sain’t Hilaire.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Estilac Xavier, eu sou testemunha do seu trabalho e da competência com que o faz. Mas, na realidade, quando se faz alguma coisa no sentido de mexer no parque, eu sou também contrário. Já pretendi aprovar a lei de que construção em parques seria proibida. Não consegui nenhum voto do PT, foi o que eu disse, mas algumas áreas aqui têm destinação que não são áreas verdes, aqui na Av. Loureiro da Silva. Portanto, nós precisamos examinar com cuidado e atenção o Projeto que, em tão boa hora, V. Ex.ª encaminha ao exame dos Vereadores.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu tenho indicado e fui uma das vozes que se levantou aqui contra o parque de eventos ser aqui nesse istmo que nós temos aqui, porque eu defendo esse local aqui como o único lugar tradicional do Rio Grande. Isso aqui é uma fazenda, é um sítio. Que belo sítio nós temos! Mas, eu queria perguntar a V. Ex.ª, se nós nunca pensamos em ocupar esse casario que fica localizado aqui na frente da Câmara Municipal, abandonado completamente. Ali habitam até criminosos e eu quero lembrar isso.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: V. Ex.ª tem razão, é oportuno. Esse terreno parece que é da CEEE e há uma negociação com a Administração. Voltarei, em outra oportunidade, porque é importante fazer um histórico dos parques da Cidade, desde o Parque Moinhos de Vento, inclusive a destinação aqui do Parque Marinha do Brasil e da própria Estância da Harmonia, que depois tomou o nome de Maurício Sirotsky Sobrinho, que não era destinado para parque, mas a vontade da população assim quis.

Então, peço a contribuição dos nobres pares para que possamos aperfeiçoar esse Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu consultei o nosso Regimento, portanto, quero reapresentar algumas Emendas ao Orçamento das quais já apresentei, e, por questão de formalidade, elas foram negadas pelo Relator. É preciso ter a assinatura de três membros da CEFOR para dar seguimento, mas dois Vereadores estão viajando. Evidentemente, o Ver. Adeli Sell, por ser do Governo, com certeza não irá assinar Emenda. Não é correto que seja obstruída a vontade do Vereador de apresentar Emenda. Não estou discutindo o mérito. Depois cada Vereador vai votar como quiser. Então, queria consultar a Mesa sobre como resolver a questão. Porque há dois Vereadores da CEFOR que estão em representação, estão fora da Casa, portanto, não posso consultá-los. Portanto, sobrou V. Ex.ª, o Ver. João Dib e o Ver. Adeli Sell, que, por ordem do Governo, com certeza, não vai querer assinar a Emenda. Eu gostaria que as minhas Emendas tramitassem. Queria que a Mesa me respondesse como proceder numa situação como essa.

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Ver. Sebastião Melo, eu não falo pelo Ver. Adeli Sell, mas, eu acho, ele vai assinar a sua Emenda para a tramitação, Vereador.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, a subscrição de uma Emenda é diferente, no caso da Emenda Orçamentária e para o membro da CEFOR, de quando um Vereador precisa, para tramitar um projeto, subscrever para colaborar com um colega. Na CEFOR, por ocasião da votação do Orçamento, é uma questão de quem assina uma proposição e viabiliza, concorda com aquela Emenda. Portanto, peço só a V. Ex.ª, que tem sido extremamente cortês na condução dos trabalhos, que não faça esse tipo de colocação e não deixe o Ver. Adeli Sell nessa situação, porque as Emendas que a ele requerem assinatura, são Emendas nas quais a nossa Bancada tem posição contrária. Portanto, de acordo com o Regimento, para que uma Emenda rejeitada pelo relator possa tramitar, há a necessidade de que seja subscrita pela maioria dos membros da CEFOR. Então, eu sei que V. Ex.ª, quando fez o apelo, o fez sem nenhuma maldade, é que não se deu conta de que no caso da CEFOR é diferente, por exemplo, de um Projeto de Resolução, que há a necessidade de onze assinaturas.

Então, Ver. Ervino Besson, os Vereadores estão em representação e a resposta ao Ver. Sebastião Melo, Vereador inteligente e preparado, já está dada, não é a Mesa quem dá, é o Regimento.

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Só quero esclarecer a V. Ex.ª que esta Presidência não colocou o Ver. Adeli Sell numa situação difícil. Várias Emendas passaram por esta Presidência no dia de hoje com a assinatura do Ver. Adeli Sell.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu, momentaneamente, devo ser o Presidente da Comissão de Finanças, porque sou o mais idoso e o Presidente e o Vice viajaram. Eu nem vou discutir se nós temos apenas três e a maioria é dois. Não vou discutir. Eu quero apenas dizer que algumas Emendas eu assinei para tramitar, nem coloquei que era para tramitação e voto contra elas com toda a tranqüilidade. Mas, não há por que impedir um colega nosso de apresentar a sua Emenda.

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Sou grato ao Ver. João Antonio Dib.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, na verdade, ninguém pode impedir ninguém de apresentar Emendas. As Emendas que o Ver. Sebastião Melo referencia já foram por ele apresentadas, mas receberam Parecer contrário. Então, o Vereador teve oportunidade de apresentar. Existe um regramento e acredito, inclusive, Ver. Ervino Besson... V. Ex.ª tem razão quando fala que o Ver. Adeli Sell assinou duas ou três emendas e quero informar a V. Ex.ª, pelo que sei, que o Ver. Adeli Sell não havia se dado conta de que subscrever emendas, enquanto membro da CEFOR, emendas do Projeto Orçamentário significa viabilizar a sua tramitação. Por isso, em parte, V. Ex.ª tem razão e, em parte, não tem. Muito obrigado.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, só quero frisar que existe a questão da formalidade, que posso até pedir destaque. Mas há duas Emendas novas que quero apresentar e é um direito que tenho. Se há Vereador viajando, e não estou discutindo, então que o suplente assine ou senão a maioria da Comissão, dois, assine. O que não se pode fazer é obstacularizar a vontade de propor a Emenda. Essa é a questão.

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Ver. Sebastião Melo, esta Mesa comunica a V. Ex.ª que tem um Vereador em representação a Casa e o Ver. Antonio Hohlfeldt está ausente no dia de hoje. Portanto, esta Mesa consulta V. Ex.ª se não é possível apresentar essa Emenda na próxima Sessão, quarta-feira, antes que esta Presidência encaminhe à Procuradora.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: O Orçamento vai a votação na quarta-feira, conforme acordo de Lideranças, portanto essa Emenda tem que ser apresentada antes de quarta-feira. Em segundo lugar, a informação que tenho é de que o Ver. Antonio Hohlfeldt ficará fora esta semana toda, portanto, não estará na Casa. Não sei do Ver. Carlos Alberto Garcia, se está em representação apenas hoje; agora, o Regimento tem que ser interpretado. Não estão aqui para representação, se eles assinariam ou não, a verdade é que não consigo encontrá-los. Então é preciso que essa Presidência, com a Diretoria Legislativa, delibere sobre essa matéria.

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Na quarta-feira, Ver. Sebastião Melo, o Ver. Carlos Alberto Garcia estará na Casa, mas o Projeto entra em discussão na quarta-feira.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Não há nenhum problema. Continuo insistindo, não acho correto – não quero discutir o mérito. Se a Liderança do Governo vai votar contra, não há nenhum problema, estão trabalhando na lógica. Agora, não é possível que o Ver. Adeli Sell, que representa o Governo, assine mais de vinte emendas para outros Vereadores e se negue a assinar as emendas de autoria deste Vereador. Então vamos jogar o preto no branco.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): O Ver. Adeli Sell não assinou, como disse o Ver. Sebastião Melo, mais de vinte emendas.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Assinou várias emendas e pode mandar requisitar aqui as emendas.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Ver. Sebastião Melo, estou com a palavra. Respeito V. Excelência. Peço que respeite a minha Questão de Ordem. Relativamente ao tema trazido à colação pelo Ver. Sebastião Melo, o Ver. Adeli Sell assinou duas ou três Emendas, não avaliando que, assinando, estaria possibilitando a sua apreciação no Processo; avaliando apenas que seria um ato de coleguismo com seus companheiros. Sr. Presidente, acredito que é tão clara essa situação colocada à Mesa pelo Ver. Sebastião Melo, que penso ser desnecessário continuar aqui argumentando. Só registro aqui que ele não assinou vinte emendas, como disse o Ver. Sebastião Melo, e que é óbvio que o Vereador que está representando a Câmara não pode ser substituído. Portanto, V. Ex.ª já respondeu de forma clara, e eu quero acolher sua decisão. Que o Vereador, quarta-feira, converse com os Vereadores da Comissão que estiverem presentes e viabilize a sua Emenda. Parabenizo V. Ex.ª pela resposta.

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Muito obrigado. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Como Presidente em exercício da Comissão de Finanças, solicito que seja ouvida a Procuradoria da Casa, se dois dos membros da Comissão de Finanças estão em representação da Casa, a Comissão tem três membros; a maioria seria dois, e as duas assinaturas resolveriam. Mas devo registrar que é a primeira vez que vejo alguém da Comissão de Finanças examinar as Emendas antes de assinar, impossibilitando que um colega dê tramitação a sua Emenda. Eu nunca havia visto. Mas solicito que a Procuradoria da Casa se manifeste.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Quero, neste debate, trazer à colação uma situação que, inclusive, envolve o Ver. João Antonio Dib. O Ver. Sebastião Melo fez uma Questão de Ordem, buscando viabilizar uma Emenda que é impossível de ser apresentada e alega questão de ordem ética.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Na sua avaliação. Vereador.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: V. Ex.ª havia-me concedido a palavra, e vou ser breve. Nós, por exemplo, Presidente, quando da ausência do Ver. João Antonio Dib, por ocasião da apreciação do Veto, no caso da Previdência, fizemos um apelo a esta Casa para que ele não fosse apreciado sem a presença do Vereador. Também não obtivemos, no caso da oposição, o acolhimento a essa nossa solicitação. A situação é, de alguma forma, similar. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Esta Mesa comunica ao Plenário que será ouvido o Parecer da Procuradoria da Casa.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores; comunidades do Orçamento Participativo da região Nordeste, da região do Partenon, da região da Lomba do Pinheiro; outras representações da região do Centro; comissão da Feira do Bom Fim dos sábados à tarde, que também acompanha a nossa Sessão, porque está na Ordem do Dia um Projeto do seu interesse; comissão dos moradores do 4º Distrito sempre presente nas nossas Sessões, e aqueles que nos escutam nas suas casas e aqui, ainda não nomeados. Queremos, no dia de hoje, referir-nos a dois Projetos que entram em Pauta, de nossa autoria, que nos parecem de interesse da Cidade de Porto Alegre.

O primeiro a que vou me referir é o Projeto que cria em Porto Alegre a Semana da Capoeira, instituindo essa semana no mês de junho, do dia 18 ao dia 23. Essa semana tem o objetivo de propiciar a difusão dessa luta, que também é dança, esporte e expressão cultural dos afro-descendentes, que foi criada na sua forma atual no Brasil, mas vem como herança dos povos africanos.

Nessa semana se realizariam competições, apresentações, palestras, debates, cursos, permitindo que a cidadania tenha um contato maior com essa importante expressão cultural. Temos notícia da capoeira no Brasil já quando da vinda do Marquês de Lavradio em 1770. Portanto, já no final do século XVIII existiam as primeiras manifestações da capoeira e elas foram registradas pelos pintores que visitaram o Brasil, no início do século XIX, como Rugendas, Debret e outros.

Apesar dos capoeiristas serem perseguidos durante todo o Império, perseguidos durante toda a República Velha, a capoeira se manteve como forma de resistência dos oprimidos e dos explorados deste País.

Pessoalmente, tive, há muitos anos, a oportunidade de praticar a capoeira, quando vivia no Centro do País, em plena clandestinidade, na luta contra a ditadura. Não o faço mais, mas tenho uma grande admiração pela capoeira, e esse Projeto, evidentemente, procura criar um espaço para essa importante atividade cultural, hoje praticada em mais de cento e vinte países do mundo, e praticada no Brasil - calcula-se - por cinco milhões de pessoas. Portanto, é algo que tem a marca do nosso povo e grande importância.

O outro Projeto a que queremos nos referir é o que estabelece normas para a contratação e execução de obras, projetos e serviços pelo Município de Porto Alegre.

Eu quero, diante de algumas observações no sentido de que seria extrapolar os objetivos desta Casa, Ver. Juarez Pinheiro, fazer referência à nossa Constituição Federal que, no seu art. 30, inciso I, que trata da competência dos municípios, Ver. João Antonio Dib, afirma, com toda a clareza: “Legislar sobre assuntos de interesse local”. Pergunto se os contratos que o Executivo Municipal faz para a prestação de serviços ou obras não são, por acaso, de interesse local? Mas a Constituição Federal vai mais longe, e no inc. II diz: “Compete aos municípios suplementar a Legislação Federal e Estadual no que couber”. E consta ainda no artigo que trata das atribuições da União. Que quando for uma legislação que exija leis complementares, compete à União definir só as normas gerais. Pois bem, o que acontece com a legislação de contratação de serviços e obras em Porto Alegre? A Lei Municipal, a Lei nº 7.084, é de 1992; passaram-se, portanto, nove anos. Posterior a essa Lei, foi sancionada a Lei Federal de Licitações, a Lei nº 8.666, de 1993.

O que estamos fazendo com o nosso Projeto? Estamos, em primeiro lugar, simplesmente, exigindo para os contratos com o Executivo Municipal a prova de regularidade das empresas com a Fazenda Pública Municipal de Porto Alegre. Não é concebível, Ver. Pedro Américo Leal, que uma empresa tenha a possibilidade de contratar com o Município, e não comprove que está regular com a Fazenda Municipal. Portanto, é perfeitamente lógico, dentro da norma constitucional, que o Município complemente nas questões de interesse. Segundo, a minuta do contrato, que é feita pelo Município, deverá conter cláusula impondo a apresentação mensal das guias de recolhimento do Fundo de Garantia e das contribuições previdenciárias. Nós não estamos legislando sobre Fundo de Garantia; nós não estamos legislando sobre as contribuições previdenciárias; nós estamos - para ressalvar o interesse público - exigindo que a empresa comprove que está recolhendo o que a lei exige, para que ela não quebre, não entre em falência e deixe o Município, às vezes, com responsabilidade desses pagamentos, já que ela é uma contratada.

Por fim, além de exigir essas comprovações para contratar, exige, para o pagamento das faturas mensais, que, a cada mês, a empresa contratada comprove que está recolhendo o Fundo de Garantia e comprove que está recolhendo as contribuições para a seguridade social.

Concluo, dizendo que o espírito deste Projeto é evitar que os maus empresários sejam beneficiados, porque quem paga o Fundo de Garantia, quem paga em dia as contribuições previdenciárias será prejudicado por empresas "picaretas" que fazem um contrato, depois não pagam, e vão, futuramente, ser ajuizadas.

Por isso, eu espero que os meus pares, depois de um exame cuidadoso, dêem o seu apoio aos dois Projetos, por entender que eles têm mérito para a Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Esta Mesa comunica ao Plenário, conforme Memorando recebido neste momento, o seguinte: (Lê o Ofício firmado pelo Sr. Fernando Strehlau, Secretário-Geral do Diretório Metropolitano do Partido Popular Socialista.)

“Porto Alegre, 26 de novembro de 2001.

Ao Ver. Luiz Fernando Záchia, Muito Digno Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre.

Sr. Presidente, informo a V. Ex.ª que o Ver. Antônio Augusto Bernd é filiado ao Partido Popular Socialista - PPS.

Atenciosamente, Secretário-Geral do Diretório Metropolitano do PPS.”

Portanto, legalmente, o Vereador, a partir deste momento, poderá fazer uso do tempo do seu Partido nos cinco minutos de Comunicação de Líder.

O Ver. Antônio Augusto Bernd está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ANTÔNIO AUGUSTO BERND: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, essa formalidade em nível aqui da Câmara Municipal nós entendíamos que o próprio Diretório Municipal do PMDB havia passado ao Presidente, Ver. Fernando Záchia, a nossa posição, uma vez que ingressamos com esta correspondência que estávamos lendo em 1º de outubro deste ano ao Deputado Federal Mendes Ribeiro Filho, Presidente do Diretório Municipal, solicitando que houvesse cópias aos demais membros da Executiva, inclusive ao Presidente desta Casa; mas, de qualquer forma, cumprida a formalidade indispensável, nós agora, ocupando o espaço da Liderança do Partido Popular Socialista, continuamos, então, a nossa manifestação, quando dizíamos que: (Lê.)

“Em retribuição às distinções do Partido, do PMDB, colocamo-nos à disposição como candidato a Vereador de Porto Alegre nas últimas eleições para contribuir com a legenda do PMDB, a qual oportunizou a eleição de três cadeiras na Câmara Municipal. Eleito primeiro suplente de Vereador basicamente com os apoios do Núcleo do PMDB do Grupo Hospitalar Conceição e Núcleo do PMDB do IPE, tivemos a decepção partidária de não conduzir como Superintendente do GHC, um companheiro partidário, apesar do apoio dos Diretórios Regional e Municipal, bem como das Bancadas dos Deputados; ficou o Partido submisso à atuação do Ministro dos Transportes Eliseu Padilha, que apoiou e nomeou o atual Superintendente, sem vinculação partidária e sem compromisso com o Núcleo do PMDB do GHC. Em nível do IPE, recentemente, no último dia 25 de setembro, na Assembléia Legislativa, o Núcleo do PMDB do IPE articulou a votação de uma Emenda de Projeto de Lei que garantiria reajuste salarial aos servidores do IPE, elaborada pelo Líder da Bancada Estadual, o Deputado Paulo Odone, e com tristeza, foi reprovada pelo Plenário por diferença de três votos, com a ajuda dos companheiros Deputados José Ivo Sartori, Alexandre Postal e João Osório, que se retiraram da Sessão abstendo-se e, dessa forma, ajudando o Governo do IPE, em detrimento da proposta construída com o Núcleo do IPE e a Bancada do PMDB.

Diante do exposto, Sr. Presidente e companheiros da Executiva, para continuar sonhando que é possível fazer política com seriedade, correção e disciplina partidária, a partir desta data desfilio-me do Partido, convicto em nível pessoal de que o PMDB passou a ser uma página virada de uma história digna, altiva e exemplar para os nossos filhos, sendo indispensável neste momento a busca de uma alternativa partidária que oportunize à sociedade rio-grandense interromper esse projeto do PT nocivo ao desenvolvimento do nosso Rio Grande, contamos com a compreensão de todos, com a convicção de que nos encontraremos em breve. Saudações democráticas, Antônio Augusto Bernd - Vereador - 1º Suplente.”

Então, encaminhávamos essa correspondência em 1º de outubro e solicitamos a nossa filiação ao Partido Popular Socialista para lutar aqui em Porto Alegre e no Rio Grande por justiça social, com a convicção de que, na próxima eleição, no ano que vem, colocaremos novamente no Governo do Estado o Governador Antônio Britto, que, ao contrário do que foi aqui colocado na tribuna, foi o maior governador da história do Rio Grande. E não é por acaso que, nas pesquisas aí colocadas, mesmo não sendo ainda candidato o Governador Antônio Britto, esse desponta em toda e qualquer pesquisa, em qualquer projeção e com qualquer candidato. Por isso o povo de Porto Alegre, o povo do Rio Grande é sábio e saberá, com certeza, levar novamente o Rio Grande ao desenvolvimento, à democracia, e, naturalmente, àquilo que mais é necessário para o Rio Grande: à justiça social; e estará na vanguarda dessa luta o PPS, ao qual me somo neste momento. E nesta tribuna, nas vezes em que estarei aqui, assumindo como 1º Suplente de Vereador, estaremos sempre levando o que é melhor para Porto Alegre, o que é melhor para o Rio Grande. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Apregoamos duas Emendas: a Emenda nº 02 e a Emenda nº 03 apostas ao PLL nº 109/01, ambas de autoria do Ver. Estilac Xavier.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Prezado Ver. Ervino Besson, que preside os trabalhos; Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores; todos aqueles que nos assistem, aqui e em suas casas. Eu queria, no dia de hoje, em nome da Bancada do PC do B, trazer uma denúncia muito grave para o nosso País, de que eu já havia ouvido falar inúmeras vezes, mas não havia ainda tido a oportunidade de ver com os próprios olhos. Estou-me referindo ao mapa divulgado nos Estados Unidos da América do Norte, onde - pedi para fazer uma ampliação - a nossa Amazônia já não é apresentada como parte do território nacional, mas é apresentada como uma reserva internacional, do ponto de vista da preservação do meio ambiente. Logo a minha assessoria estará distribuindo esse mapa de um livro norte-americano, uma Introdução à Geografia, com o mapa da América do Sul. Ele fala em "Reserva Internacional da Floresta Amazônica". Ele abrange não só o território brasileiro, mas áreas dos demais países da América do Sul, inclusive áreas da Venezuela, da Colômbia e de outros países e, separadamente o nosso país, o Brasil - evidentemente com "z", não com "s"! Eu creio que isso é de uma gravidade enorme, e que o nosso Governo Federal deveria, a estas horas, estar, já de há muito, protestando contra esse verdadeiro atentado à soberania nacional. Nós sabemos que, há muitos anos já, o Presidente François Mitterrand, da França, havia dito que a Amazônia era "o pulmão do mundo", mas não haviam chegado ao absurdo de nos indicar nos seus mapas essa situação. Isso ainda é mais grave se tomarmos conhecimento - sei que o Vereador Pedro Américo Leal, por exemplo, tem conhecimento disso - de que a nossa Amazônia está sendo cercada por uma série de bases militares norte-americanas. Nós já temos uma base no Equador, temos agora - pelo acordo do FMI com Argentina - o entendimento para a colocação de uma base em Salta, na Argentina, ao Sul da Amazônia; nós temos bases na Venezuela, temos bases na Colômbia nas Guianas e assim por diante. É preciso que a voz do nosso povo, da nossa Câmara se levante denunciando isso, e esse é o papel da Bancada do PC do B neste momento.

O segundo tema que gostaríamos de tratar é uma notícia saída no dia 19, segunda-feira passada na Folha de São Paulo, na página A-4, que tem o seguinte título: "Governo quer gastar 48% a mais com propaganda". Essa matéria mostra, claramente, o interesse eleitoral na sucessão presidencial dessa alteração do Orçamento. Eu me surpreendo quando, aqui nesta Casa - que vai votar o Orçamento nesta semana - Vereadores dos Partidos da base governista federal - PPB, PFL, PSDB, PMDB, PTB - acho que PTB saiu fora, Ver. Cassiá Carpes, parece que rompeu, mas esteve até há pouco engatado no mesmo barco - ainda falam da propaganda do Município, que não aumenta, neste ano, absolutamente nada em relação ao ano passado. Já o Governo Federal passa a gastar 48% a mais em um ano eleitoral. Então, a população tem de cobrar coerência dos Vereadores que vêm aqui propor a diminuição da publicidade, obrigatória, que o Município tem que fazer das suas licitações, e assim por diante.

Concluo dizendo que, inclusive, para os onze Ministros pré-candidatos, o aumento não é de 48%, mas de 52%, chegando ao total de 177 milhões de reais em propaganda desse Governo; dinheiro, Ver. Ervino Besson, que falta na saúde, que falta na educação, que falta na habitação, que falta no saneamento básico, que falta na assistência social. Propaganda de vésperas de eleição aumentando em 50%.

Fica aqui o protesto da Bancada do PC do B. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, nós trazemos hoje, em nome da Bancada do PDT, um assunto importante para a Cidade, importante para a saúde, importante para a população e importante para todos nós. Eu gostaria da especial atenção dos membros da Comissão de Saúde desta Casa: a Prefeitura Municipal de Porto Alegre realizou um concurso público para cargo de técnico em enfermagem em 9 de janeiro de 2000, e convocou para tomarem posse cerca de noventa auxiliares de enfermagem. É bom, porque as pessoas não se dão conta, que se seja didático: no Hospital Pronto Socorro, a equipe de enfermagem é composta por três categorias: enfermeiro, técnico em enfermagem e auxiliar de enfermagem. O exercício da enfermagem se dá em três níveis: o de maior complexidade, enfermeiro, com curso superior; o de média complexidade, técnico em enfermagem, com 2º grau, e o de pouca complexidade, auxiliar de Enfermagem, 1º grau.

Ver. Pedro Américo Leal, ilustre Presidente da Comissão de Saúde desta Casa, há uma denúncia, por escrito, enviada ao Sr. Prefeito Municipal, muito grave, que esta Casa, em breve, pela Comissão, terá de enfrentar: é que, Vereador, pela Lei nº 7.498/86, e depois por um Decreto, o de nº 94.406/87, art. 10, inciso I, alínea “b”, que dispõe sobre o exercício de enfermagem e dá outras providências, a alínea “b”, do art. 10, do Decreto nº 94.406, de junho de 1987, diz que “O técnico de enfermagem exerce as atividades auxiliares de nível médio técnico atribuídas à equipe de enfermagem, cabendo-lhe” - alínea ‘b’ - “a prestação de cuidados diretos de enfermagem a pacientes em estado grave”. Essa foi a denúncia encaminhada para o Sr. Prefeito por alguns concursados como Técnicos de Enfermagem, com 2º grau, cujas vagas ainda não foram criadas. Ver. Pedro Américo Leal. Eu repito: as vagas de técnicos de enfermagem que fizeram concurso em 9 de janeiro de 2000 ainda não foram criadas. E é atribuída a eles a prestação de cuidados a pacientes em estado grave e aos enfermeiros que estão acima deles, porque têm curso superior. O que está ocorrendo? Auxiliares de enfermagem, que não podem atender pacientes em estado grave, estão fazendo isso. Essa é uma questão grave para a população, não que se espere um incidente, uma tragédia, porque a competência dos auxiliares também é grande, só que, tecnicamente, não lhes é atribuída a prestação desse serviço e, por lei, quem tem de atender pacientes em estado grave são técnicos em enfermagem e enfermeiros, ou seja, 2º Grau e Grau Superior. Então, duas coisas, Ver. Pedro Américo Leal, chegarão à Comissão: que sejam criadas as vagas para cujo preenchimento foi feito o concurso em 2000, porque, de repente, passa o prazo e esses cidadãos concursados... O que está acontecendo? Os auxiliares estão fazendo o papel, para a Prefeitura, de atendimento que não lhes é peculiar; que é peculiar aos enfermeiros com curso superior e a técnicos em enfermagem, cujas vagas não são criadas e cujo concurso foi feito em 2000. O mais grave, Ver. João Antonio Dib, é que, além de a Prefeitura fazer esse concurso para técnicos de enfermagem em 2000, esses técnicos em enfermagem não estão nomeados. Os auxiliares, que não podem, pelo Decreto, alínea “b”, atender pacientes em estado grave, estão atendendo e, o mais grave, é que a Prefeitura, não fazendo concurso, agora, segunda-feira, 12 de novembro, portanto há pouquíssimos dias, coloca aqui no Diário Oficial: “Admissão Temporária de Técnicos de Enfermagem.” Faz o concurso, não cria as vagas, não manda para cá, e ainda isto: (Lê.) “A Secretaria Municipal de Administração solicita o comparecimento das candidatas Angela Freitas, Carla Vilanova Koplin e Edna Maria de Souza Gomes, no prazo de um dia útil, a contar da data da entrega da correspondência, na Coordenação de Seleção e Ingresso - Rua Siqueira Campos, 1300 - 9º andar -, a fim de tratarem de proposta de admissão temporária pelo período de 120 dias, na forma preconizada pela Lei nº 7.770/96, na função acima referida.” Ou seja, na função de Técnico de Enfermagem. Há concursados que não estão sendo nomeados, porque não veio o projeto para esta Casa criando as vagas.

Concluo dizendo que não desejamos que ocorra um fato grave. De acordo com a lei, pacientes em estado grave devem ser atendidos por enfermeiros com curso superior ou por técnicos em Enfermagem. Só estão contratando, temporariamente, três ou quatro, em vez de criarem as vagas nesta Casa. O Ver. Humberto Goulart, Vice-Presidente da Comissão e Médico, vai também, em breve, tomar conhecimento desta situação.

Concluo dizendo duas coisas: primeiro, Sr. Prefeito, Sr. Secretário da Administração, é preciso mandar para esta Casa a matéria referente à criação de vagas de Técnicos em Enfermagem, até para não vencer o concurso feito em janeiro de 2000; segundo, quem está exercendo tecnicamente a função de atender paciente grave, sem a competência devida por Lei... Que Deus nos ajude para que não aconteça nenhum acidente grave, para não termos esse constrangimento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra, para uma Comunicação de Líder pelo PTB.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, andando pela Cidade, falando com as pessoas, em especial com os donos de estabelecimentos, como farmácias, fruteiras, pequenos armazéns, pude sentir a falta de segurança em nossa Cidade. Que coisa fantástica, Ver. Pedro Américo Leal. Eu chegava a uma farmácia, num determinado bairro da Cidade, e o proprietário estava na frente da farmácia, deslocado, e eu perguntei por que ele estava ali. Ele me disse que já foi assaltado duas vezes, e como era domingo, quando o movimento diminui, ele sai para fora da farmácia com medo de ser assaltado, pois assim ele tem tempo de correr, de fugir. Eu fico a me indagar - e nós temos de abrir um debate - o que está acontecendo, Sr. Presidente e Srs. Vereadores? Há vários prédios fechados, e os proprietários dizem que não podem trabalhar, pois correm o risco de morrer. Na Av. Sertório, por exemplo, havia uma bomba de gasolina em que também havia uma padaria que fecharam. Isso se multiplica na Cidade de Porto Alegre. É uma coisa incrível o que a delinqüência tem dado de prejuízos; tem desempregado pessoas, há estabelecimentos fechados. Nós comentávamos com o proprietário sobre a fragilidade da segurança em nosso Estado. Nós precisaríamos de um Secretário de Segurança, Ver. Pedro Américo Leal, que dissesse: vamos parar com isso! Não vamos admitir que a coisa corra solta como está correndo na Cidade de Porto Alegre. Eu até convidaria os Srs. Vereadores a sairmos para a rua, e nós temos de fazer isso para falar com as pessoas. É uma coisa incrível a que estamos submetidos. O que está acontecendo, Sr. Presidente e Srs. Vereadores? Nós sabemos que há um conflito muito sério na área da segurança, um conflito sério entre o poder e a administração. Até que ponto largou-se tudo de mão? Há a falta de um entendimento entre as autoridades de segurança. Há uma série de fatores que estão concorrendo para que tenhamos esse quadro assustador. Andemos na Cidade, procuremos as pessoas, vamos falar com os pequenos comerciantes. Ontem fui numa pequena fábrica de costura, trancada com uma porta de ferro e o cidadão me disse: “Vereador, nós temos que fazer isso, porque já fui assaltado e agora melhorou um pouquinho.” Isso vale para a Cidade. Eu trago dados concretos, objetivos que são da zona Norte. Há um verdadeiro pavor.

Mas o que está havendo? Onde estão as causas disso? Houve uma queda do desemprego. Estávamos com altas taxas no início do ano e houve uma queda. Mas, afinal, o que está havendo, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que as atividades não podem ser exercidas porque a delinqüência não permite? E a segurança? Nós temos de ir todos para rua, conversar com as pessoas e trazer esses depoimentos para esta Casa. Há várias causas, é bem verdade, mas nós temos de apurar isso. A população, os comerciantes, as lojas, as farmácias, enfim, vários estão atrás das grades, atendendo por um cubículo, estão expostas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu assinei Emenda para verbas para a criação de cartas-contrato. Eu, João Antonio Dib fiz isso. Claro que eu vou votar com toda a força contra a Emenda! Mas eu não conhecia na história da Casa a negativa de uma assinatura para tramitar uma Emenda. Eu até já ia pedir para o funcionário do PT, o Dejalme, quem sabe ele faz a utilização do e-mail da Prefeitura, da Câmara, quem sabe ele assinasse, mas como o Ver. Antonio Hohlfeldt está no Brasil e hoje, portanto, não está de licença, ele será substituído e nós não vamos nem criar problemas para a Procuradoria. Dentro de alguns minutos deve chegar o Ver. Cláudio Sebenelo e nós vamos ter a terceira assinatura. Mas devo registrar que nunca vi, na história da Câmara Municipal, negarem uma assinatura para tramitar. Não vi. Os Parlamentos não são assim. Nós vamos discutir no Parlamento, no Plenário, o certo e o errado, mas tem uns que são os repositórios da verdade e não é verdade que sejam repositórios de coisa nenhuma.

Estou usando a tribuna, hoje, na Liderança, para pedir a S. Ex.ª, o Sr. Secretário José Eduardo Utzig que tem feito quase que sistematicamente, mas no mês passado ele não fez, e eu preciso do balancete da Prefeitura relativo ao mês de outubro, até quarta-feira. Eu preciso, porque na quarta-feira vamos começar a discutir o Orçamento da Administração da Prefeitura. Eu vejo aqui que, em setembro, algumas rubricas já estavam no limite ou até superaram o limite, por exemplo: o IPTU em setembro já havia arrecadado 94,9% do previsto para o ano todo. Faltam ainda os meses de outubro, novembro e dezembro, portanto eu quero ver quanto é que vai representar já agora em relação ao mês de outubro. O Fundo de Participação do Município havia sido arrecadado 123,5% da previsão orçamentária, eu quero ver quanto é que no décimo mês vai representar. O Importo de Renda na Fonte: 125,2% da previsão de todo ano havia sido arrecadado em setembro. Eu quero ver o quanto vai valer o mês de outubro que, agora, eu espero que o Secretário, com aquela seriedade que o caracteriza, com a sua capacidade de trabalho, coloque no Diário Oficial amanhã ou depois de amanhã, no máximo, para que eu possa fazer a minha folha aqui valer na sua plenitude. O ICM havia sido arrecadado até setembro: 99,3% do previsto. Eu quero ver quanto é que vai representar o mês de outubro! O IPVA: 131,4% da previsão para todo o ano, havia sido arrecadado para setembro. Eu quero ver somando outubro quanto é que vai dar! E aquele FUNDEF, que o PT disse que não chega nada aqui para a Prefeitura, não recebe nada, a previsão foi superada em setembro: 100,3% havia sido arrecadado da previsão orçamentária.

Então, eu quero esses números, Dr. José Eduardo Utzig, e confio V. S.ª que, sem dúvida nenhuma, falhou um mês, mas não significa que venha a falhar novamente, mas eu estou fazendo o meu alerta, porque eu quero ver aqui, numa simples folha, a situação financeira da Prefeitura. Eu sei que têm 200 milhões de reais investidos no sistema financeiro e por isso não pode realizar as obras necessárias à Cidade, enganando até o Orçamento Participativo dizendo que não tem projeto para fazer as obras, por isso não foram feitas, que a licitação não aconteceu, que o dinheiro não estava. Está sobrando dinheiro na Prefeitura! Está sobrando dinheiro na Prefeitura! E quarta-feira, eu vou querer fazer uma análise mais criteriosa. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Esta Presidência coloca à apreciação dos Srs. Vereadores e Vereadoras a Licença de Tratamento Particular no dia 26 de novembro de 2001, do Ver. Antonio Hohlfeldt, Líder da Bancada do PSDB.

Em votação a Licença do Ver. Antonio Hohlfeldt. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Esta Presidência lembra aos Srs. Vereadores que: (Lê.) “Tendo em vista a proximidade do término da 1ª Sessão Legislativa Ordinária foi decidido, em reunião da Mesa com as Lideranças, a priorização de um projeto por Vereador, para apreciação pelo Plenário. Assim solicitamos a entrega à Diretoria Legislativa até o dia 28 de novembro de 2001 a indicação de V. Ex.as para que possam ser feitos os encaminhamentos necessários, objetivando votação do projeto escolhido.” Os Srs. Vereadores receberão esse comunicado nos seus gabinetes.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, primeiro quero dizer ao querido Ver. Raul Carrion que em matéria de publicidade, ele pode ficar tranqüilo que o Governo do PT ganha do Fernando Henrique. A verba de gabinete do Sr. Prefeito de 2000 para 2006 pulou de 3 milhões e pouco para 6 milhões, e ele acha que isso é beleza! Os alagamentos continuam na Cidade, mas a propaganda continua bem. A falta de casa continua na Cidade, mas a propaganda continua bem. O valão da Avenida Cristal, ali do futuro Shopping Cristal, as pessoas até dois meses atrás não tinham água, mas a Cidade tem propaganda e está tudo bem! Então, em matéria de propaganda, fique tranqüilo Ver. Raul Carrion, que este Governo não tem nenhuma dificuldade em aportar milhões, principalmente para suplementar verba.

Segundo, quero fazer um apelo ao Ver. Nereu D’Avila. Já fiz as minhas diligências hoje pela tarde, estou informado de que o Sr. Picos parece que não quer vir a esta Comissão. Quero dizer que V. Ex.ª peça à Procuradora da Casa imediatamente – estou fazendo este Requerimento – para que prepare uma ação para que seja conduzido sob vara a esta Casa, porque esse cidadão que está envolvido com todo esse processo do Jardim Leopoldina, não pode desrespeitar uma convocação de V. Ex.ª. Por favor, V. Ex.ª, como juiz desta Casa, determine a sua convocação para que ele venha em Plenário depor.

Em terceiro lugar, eu gostaria de fazer um apelo ao Ver. Estilac Xavier, que é um Líder muito atilado, que procura sempre, com equilíbrio, encaminhar as questões de qualquer Vereador. Trago duas questões que quero submeter a meus colegas Vereadores, mas, muito especialmente, ao Governo. Estou muito preocupado com essas mudanças no transporte escolar desta Cidade, que é um bom transporte, foi criado por famílias que, ao longo do tempo, vêm-se sucedendo, de pai para filho, para irmãos. Com muita luta e suor, o cidadão comprou sua lotação e foi equipando. E esse novo Decreto traz a preocupação da volta do transporte clandestino na Cidade, e, segundo, que possa trazer grandes prejuízos a esses pequenos, esses microempresários, trabalhadores, pessoas físicas. Acredito que o Governo tem de conversar mais com esses transportadores. A questão de desregulamentar o preço, ou seja, deixar livre, é uma questão complicada, porque, se eu deixo livre, daqui a pouco, alguém tem mais poder para tomar conta do mercado, coloca mais camionetas, baixa o preço, toma o mercado, e como ficam os pequenos? Se há regulamentação para passagem de ônibus, e o Governo de V. Ex.ª, Ver. Estilac Xavier, nesse aspecto, é muito eficiente, pois os empresários pedem aumento durante o dia, e, durante a noite, o Decreto já está sendo publicado. Quero dizer que essa questão do transporte coletivo tem de ser analisada. A desregulamentação do transporte escolar é complicada. Estou preocupado também com a questão da mudança das normas para as creches da Prefeitura de Porto Alegre. São estabelecidas aqui normas para países de Primeiro Mundo. Mas quantas creches mais são necessárias nesta Cidade? Dezenas. Quantas mães gostariam de trabalhar e não vão, porque não há local para deixar seus filhos. E o Poder Público, em seus mais diversos entes, é extremamente relaxado nessa questão. Na verdade, essa questão das creches, se for rigorosamente como está aqui, Ver.ª Maria Celeste, a maioria dessas creches vai fechar e quem vai perder com isso são crianças e mais crianças desta Cidade, porque esta regulamentação exige professores, exige terreno próprio para isso, quero dizer, há pessoas que têm creches na sua própria casa. A Comissão de Educação da nossa Casa deveria produzir um debate sobre esta questão, pois temos que contribuir com essa questão que diz respeito às crianças.

Estou fazendo um Pedido de Providências, tenho recebido muitos telefonemas e correspondências de pessoas reclamando sobre a calçada do Prado. Se eu não fizer a calçada na minha casa, sou multado, agora o Prado está ali, há vinte anos, e não faz a sua calçada. Eu gostaria que o Governo tomasse providências, porque há uma Lei Municipal, a SMOV multa todos, agora o Hipódromo do Cristal não faz calçada e fica por isso mesmo, as pessoas vão pegar ônibus ali pela manhã, com chuva, na lama. Temos que resolver essa questão ou a lei é para todos, caso contrário temos que revisar essa questão. Há dez anos, quinze anos que o Prado não faz a sua calçada e a Prefeitura nada faz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Esta Presidência registra, com muita alegria, a presença do Dep. Celso Bernardi, Presidente do PPB, candidato ao Governo do Estado.

O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, público do Canal 16, assistência desta Sessão, Srs. funcionários, em nome da nossa Bancada, a nossa saudação ao Dep. Celso Bernardi que está visitando a nossa Casa. Seja bem-vindo.

Alguns elementos importantes para tratarmos hoje, quando eu quero entrar na questão de fundo na minha locução como Liderança.

Cartas-contrato. Ora, já por mais de uma vez, eu vim a esta tribuna para falar que a Prefeitura estará encaminhando as questões das cartas-contrato para as enfermeiras, enfermeiros e os técnicos, no que diz respeito ao HPV. Todos sabem que este é um assunto de grande importância para Casa e que será, portanto, confortado por esse encaminhamento, por essa decisão do Governo, e além do que estão utilizando cartas-contrato e que hoje estão contratados como tal, são feitos pela ordem dos concursos que estão vigendo, portanto, não é chamado ninguém que já não esteja habilitado por concurso.

Sobre a segurança que aqui foi discorrida pelo Ver. Elói Guimarães, eu quero demonstrar duas ou três atitudes do nosso Governo do Estado que, em conjunto com o nosso Governo Municipal, já melhoraram em muito. Os Senhores não notaram ou talvez não tenham dado a devida atenção para o que a imprensa registrou com expressividade, ou seja, que na Restinga, por sessenta dias consecutivos, não existe um assassinato, uma morte, fruto de um trabalho conveniado entre a comunidade e a Brigada Militar. No Parque Chico Mendes, não há nenhum registro de violência nesse período, fruto dessa ação combinada com segurança. Por último, a própria Redenção ampliou a sua segurança com a inauguração, ainda há pouco, do Café do Lago. Sugiro que os Vereadores façam uma visita àquele belo local.

Ver. Sebastião Melo, ou entendi mal ou entendi bem, eu penso que entendi bem. V. Ex.ª fez uma defesa das poucas verbas de publicidade do Presidente Fernando Henrique Cardoso para acusar a publicidade da Prefeitura, cuja dimensão é feita tão-somente para fazer o quê? Aquilo que determina a Constituição, que é informar a população e publicar as devidas ações do Governo, como determina a lei, seja para os editais, para as obras e serviços e atividades, seja para as publicações e os periódicos. Não acredito, por conhecer o Ver. Sebastião Melo, e ele vai fazer uma correção, certamente, que, para fazer a disputa política com o nosso Governo, tenha usado o Presidente Fernando Henrique Cardoso e as chamadas verbas reduzidas como exemplo, e eu sei que V. Ex.ª, inclusive, tem posição contrária à Direção Nacional do seu Partido em relação a isto.

É lamentável que não tenha concessão de aparte, porque sei que posso estar falando sozinho, mas sei que V. Ex.ª pode voltar a esta tribuna em outra oportunidade.

E acho estranho que no momento em que nós estamos lutando para manter a Consolidação das Leis Trabalhistas no País, com a legislação que está vindo aí, o Vereador se preocupe com uma legislação que prevê 0,7% com a publicidade, que é um recurso feito pela determinação da LDO, que é para aplicar na informação do cidadão de Porto Alegre, como em qualquer Governo se faz.

Pela questão da CLT, hoje, quem não sabe, o 13º salário, se aprovado o Projeto, pode ser parcelado em vários pagamentos. O FGTS, que o servidor desconta 8% e que a multa por demissão não motivada é de 40%, aumenta a multa de 40% para 50%. Mas, poderá, por acordo coletivo, conveniar com os valores da FGTS, a menor. As férias, que a lei garante que sejam 30 dias, por ano, tiradas no mínimo de 10, consecutivas, elas podem ser parceladas em mais de dois períodos. Hoje, poderiam ser só dois. Estas questões são questões fundamentais que os Partidos e os Vereadores, independente, às vezes, das suas direções nacionais, estarem atreladas ao projeto nacional do Presidente Fernando Henrique Cardoso, deveriam fazer um apontamento contrário para mostrar, repercutindo a posição da sociedade e das opiniões que eles representam aqui, pelo voto da sociedade nesta Casa.

Portanto, Sr. Presidente, eu concluo, dizendo que nós devemos rejeitar este Projeto, repudiar este Projeto que altera as leis trabalhistas, com a idéia de flexibilizar e aumentar empregos. O País não precisa de flexibilização e de precarização do trabalho, precisa de mais trabalho com desenvolvimento soberano do País e economia. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): A Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Cláudio Sebenelo, em substituição ao Ver. Antonio Hohlfeldt, nos termos regimentais. O Ver. Cláudio Sebenelo, que assume a titularidade no lugar do Ver. Antonio Hohlfeldt, que pediu licença no dia de hoje, para tratar de interesse particular. O Ver. Cláudio Sebenelo integrará a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, esta tática do PT de acusar o Governo Federal, acusar outras esferas onde ele não é o dirigente, para tentar fazer com que a população creia que ele seja o dono da verdade, da honestidade, da moralidade, esta tática já não funciona mais. Por que agora as denúncias não são mais denúncias, as denúncias são comprovações, elas se transformaram em verdades que colocam o Partido dos Trabalhadores na situação de vir aqui e ter que explicar alguma coisa. O Sr. Jairo Carneiro, ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, que fez uma série de acusações para o PT e depois foi lá e tentou retirar inclusive, está sendo gozado em nível nacional, e hoje está aqui, na página 10, no jornal Zero Hora: “PT cala ex-tesoureiro que falou demais”. É uma reportagem, está lá na revista Época, mas o Sr. Jairo Carneiro que é dono de uma retifica de automóveis, ganhou a conta do Governo. Então, aquilo que ele fez, aquele desmentido que ele fez, só fez, porque, afinal de contas, estava ganhando bastante com isto também. Ora, se isso não for imoralidade, eu não sei mais o que é imoralidade. De repente, o Sr. Diógenes Oliveira aparece lá também naquela sua empresa que é um misto de empresa de Diógenes e de PT, também com endereço na Internet que tem o nome do Dr. Olívio, e aí eu não ouço ninguém vir aqui dar explicações. E eu vejo que, de repente, o Líder da bancada petista vem a esta tribuna e diz que os quase 8 milhões de reais, que estão aí para serem votados em propagandas e publicidades, que esses quase 8 milhões de reais são para divulgar simples editais que são necessários, que são pedidos que, de acordo com a Constituição, têm de ser feitos. Ora, meu Deus do Céu! É não conhecer os preços que são cobrados pelas empresas de comunicação desta Cidade. Eu gostaria que perguntassem a população - aí sim, vamos fazer a verdadeira participação popular- se a população quer, realmente, gastar quase 8 milhões de reais em propaganda, em publicidade, para divulgar o tal de Orçamento Participativo. Eu gostaria que perguntassem à população, ou se a população preferia gastar esses quase 8 milhões de reais para melhorar a situação do esgoto pluvial, ou para melhorar o problema das moradias, ou para dar alimento às pessoas mais pobres, ou para atender melhor esta Cidade na área da assistência social. Há crianças, há velhos, são pessoas passando necessidade e nós vamos gastar 8 milhões em propaganda e agora vêm me dizer aqui que são para divulgar editais! Ah! Não, parem com isso, esses editais estão muito caros! Estão caros demais!

E agora, Ver. Elói Guimarães, eu recebi, hoje, um pedido de uma professora, e faço questão de trazer esse pedido a esta tribuna; trata-se de uma professora aposentada do nosso Município. Ver. João Antonio Dib, há três anos essa professora aposentada não recebe, junto com os seus salários, o adicional noturno a que fez jus, porque durante muito tempo ela enfrentou as vilas populares, durante muito tempo ela enfrentou os locais mais inóspitos desta Cidade para dar aulas! Agora ela se aposentou e, de acordo com a Justiça, o adicional noturno deveria estar sendo recebido junto com seu salário. Sabem o que acontece? O PT diz que reconhece isso, mas não paga! Não paga! Faz três anos que os professores não recebem! Três anos que os professores aposentados não recebem adicional noturno, Ver. Pedro Américo Leal, e eu vejo, muitas vezes, os petistas virem aqui a esta tribuna e falarem em educação! Mas que educação é essa se não pagam nem os professores? Se fazem promessas que não podem cumprir! E agora nem o adicional noturno, que é reconhecido na Justiça, os professores aposentados estão recebendo! Eu quero que venha alguém aqui e me desminta, porque eu tenho a palavra dos professores! Eu tenho a palavra dos professores! Mas, não, eles vêm aqui falar de baboseiras, atacar outras esferas de governo, mas não vêm aqui dar explicações que a população está esperando para poder justificar este Orçamento milionário que vai ser aprovado nos próximos dias, possivelmente até a próxima semana, aqui nesta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ora, direis: publicidade. Nós - para encantamento da população de Porto Alegre - temos presenciado com extrema freqüência a publicidade que o Partido dos Trabalhadores faz a respeito de educação. E fala em educação como quem tivesse o privilégio de ter não só inventado o processo educacional, mas como se tivesse o monopólio desse processo. E, mais do que isso, desgraçadamente, trata-se de inverdades, para não usar outras palavras. E essas inverdades começam quando vem a esta Casa, em visita, há pouco menos de 20 dias, o Sr. Juiz da Infância e da Adolescência - antigo Juizado de Menores - dizer que estava estarrecido com a hercúlea tarefa que teria que enfrentar, quando os meninos de rua de Porto Alegre, jogados a sua própria sorte, tinham mais de 70% da sua assistência executada pelas organizações não-governamentais e menos de 30% feita pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre; depósitos, não muito agradáveis, no seu aspecto e no seu tratamento, eram destinados a essas crianças que tiveram a desdita de se criar na rua, longe do afago, do carinho do lar, ou em entidades coletivas que muito deixavam a desejar, inclusive em matéria de higiene. Pois, para nossa surpresa, nós vemos na televisão estampada a propaganda de que a educação do Partido dos Trabalhadores é inclusiva; ela não exclui, ela inclui. É exatamente o contrário. O que se faz na Cidade de Porto Alegre é o não-cumprimento das promessas eleitorais, é o não-cumprimento inclusive de princípios comezinhos de solidariedade, como o aumento de meninos de rua na Cidade de Porto Alegre. Agora não precisamos mais de dados estatísticos, de estudos científicos especiais; isso é visível. E isso, com essa denúncia feita pelo Sr. Juiz da Infância e da Adolescência aqui, e mais as denúncias que o próprio Partido dos Trabalhadores fazia das estruturas do Conselho Tutelar, fazem com que hoje tenhamos mais um indício, mais uma avaliação, mais um indicativo de que realmente as coisas na televisão, no filme, na imagem, formam um belo espectro. Mas a realidade é triste, é constrangedora e muitas vezes nos agride, não só pelas condições, pelas terríveis condições que essas crianças enfrentam, mas por algo muito pior: pela ostensiva verba gasta em publicidade que não coincide com a verdade, que poderia ser aplicada inclusive na redução do número de menores abandonados na Cidade de Porto Alegre, especialmente se levarmos em conta que hoje a Prefeitura paga para a EPTC uma indenização de tal ordem que só o produto dessa indenização poderia esvaziar completamente as nossas ruas dessas crianças abandonadas, não fosse esse equívoco grosseiro das tentativas de alteração dos transportes na época do então Prefeito OD - Olívio Dutra - que hoje, para nós, faz com que tenhamos esse espectro, e, por mais que haja a publicidade e o determinismo de certas imagens, essas não iludem mais nenhum dos porto-alegrenses. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, me fundamento nos art. 169 e 170 do Regimento. O art. 169 do Regimento diz que as proposições na Ordem do Dia somente admitirão emendas de Líder apresentadas durante a discussão geral. Depois diz, no § 3º, do art. 170, que: “O Líder poderá apresentar para a mesma proposição no máximo duas emendas.” Consulto à Mesa se isso se aplica também na questão do processo de votação da Lei Orçamentária, a Lei de Meios. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Ver. Juarez Pinheiro, em seguida responderemos a V. Excelência. Passamos a Presidência dos trabalhos para o Ver. Fernando Záchia.

 

(O Sr. Fernando Záchia assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Antes de concedermos tempo de Liderança ao PHS, apregoamos o recebimento da Emenda nº 94, do Ver. Sebastião Melo ao PLE nº 026/01.

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Luiz Fernando Záchia, Vereadoras e Vereadores, eu não sou nenhum dondoca para me sentir ofendido com o que falou, aqui, a meu respeito, na sexta-feira, o jovem Ver. Marcelo Danéris. Pois o Ver. Marcelo Danéris bem sabe que eu também sei que ele está em primeiro mandato e deveria encomendar uma pesquisa para saber o que a sociedade pensa a respeito de suas atuações, aqui, nesta Casa, e parar com essa demagogia, afirmando que esta sociedade está vendo como se comporta este Vereador.

Falou na oportunidade que ele respeitava as pessoas do Orçamento Participativo que aqui estavam na sexta-feira, dando a entender que eu não, que teria faltado com o respeito a esses cidadãos participantes do Orçamento Participativo. Bobagem, jovem Ver. Marcelo Danéris! Por que V. Ex.ª não vai perguntar aos moradores do Bairro São Geraldo o que eles pensam do Orçamento Participativo e pare de falar abobrinhas. Se os meus termos são de níveis inferiores aos de V. Ex.ª, não troco o banco de sua faculdade pelo banco da vida. Não foi nenhum ataque desclassificado da minha parte, eu apenas disse que o PT, e volto a afirmar, estava afanando um projeto cuja origem era da Primeira-Dama do Estado do Rio de Janeiro, a Sr.ª Rosinha. Se isso é ataque desqualificado, o que é chamar colega de parlamento de mentiroso? V. Ex.ª assim qualificou o Ver. Nereu D’Avila, um dos Vereadores de maior experiência e brilho nesta Casa, e V. Ex.ª insinuou que havia mau cheiro, odor, ou coisa parecida, mas do outro lado, o senhor se referia ao Ver. Luiz Braz.

Olhe, Ver. Marcelo Danéris, quero que o senhor fique sabendo de uma vez por todas e definitivamente que é a ultima vez que eu vou me preocupar com V. Ex.ª, me preocupar no sentido de responder-lhe, porque, se eu for me preocupar, eu corro o risco de ficar exatamente igualzinho a V. Ex.ª, envolvido com discursos sem conteúdo e demagógicos, iguais aos que o senhor proferiu na sexta-feira aqui. E eu, se tiver de copiar alguém aqui na Casa, para aprender, e me aproximar cada vez mais do jeito de ser um parlamentar correto, com certeza não será com V. Ex.ª que eu irei tomar lições, e muito menos dar satisfações dos meus atos.

Não perca o seu tempo em vir aqui e usar o meu nome na tentativa de aparecer para a sociedade. Eu não respondo mais, e a sociedade é que vai julgar, mesmo porque fui eleito para trabalhar pela Cidade e não para defender, dia e noite, o meu Partido, como faz V. Ex.ª com o seu PT, que agora está sentindo, na própria carne, o que é ser chamado de desonesto. Para mim, ser Vereador é uma coisa totalmente diferente daquela que o senhor pensa.

Quero aproveitar o meu espaço que ainda resta para estranhar, no mínimo, achar estranha a troca de comando do Policiamento da Capital.

Não conheço pessoalmente o Cel. Tarso Antônio Marcadela, mas acompanhava o seu trabalho junto aos subordinados e o seu jeito de comandar. Neste episódio, sim, é que algo cheira mal.

Entendo que essa troca de comando tem tudo a ver com os fatos acontecidos na inauguração do novo aeroporto da nossa Cidade. Independente de quem tenha razão, se a CUT ou o Coronel que comandava a tropa da Brigada, ficou explícito de que lado ficou a Secretaria de Segurança, e isso é lamentável, porque a Brigada Militar não sabe mais a quem obedecer, se à CUT ou ao MST ou ao seu Comandante. Os fatos de ontem ali no Beira-Rio atestam uma Brigada Militar sem comando específico. E estas decisões vão escancarando atitudes do Governo que servem para desmoralizar a Brigada Militar, uma das instituições de maior orgulho para a sociedade porto-alegrense e gaúcha. É uma pena que um serviço essencial como esse, que é a segurança da sociedade, seja atingido por ideologização da sua missão, que é aquela que, quando nasceu, há mais de um século e meio, visava dar segurança. É uma pena.

Quanto à retirada da Emenda que estou propondo no Orçamento, pedida pela Ver.ª Sofia Cavedon, eu quero dizer que não vou retirar a Emenda, absolutamente não. Da mesma forma, creio que é muito dinheiro para publicidade do governo petista aqui, eu também acho que o tal de Fernando Henrique Cardoso gasta muito para contar mentiras. Há mentira em Brasília e há mentira aqui, logo publicidade é grana demais! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Registramos a presença da Diretoria do SINDILOJAS que está entregando a todos os Srs. Vereadores os encaminhamentos do Seminário Situação no Centro, realizado na promoção conjunta do SINDILOJAS com esta Casa. É importante que, através desse encaminhamento feito pela participação dos Srs. Vereadores, nós possamos dar prosseguimento a essa discussão de tanto interesse para a Cidade de Porto Alegre.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, no momento em que V. Ex.ª encontrava-se cumprindo tarefas em seu gabinete, estava na presidência dos trabalhos o Ver. Ervino Besson, e este Vereador fez uma Questão de Ordem com fundamento no art. 170. Entendo que é matéria complexa, e que a resposta da Mesa demanda oitiva da Diretoria Legislativa e talvez da Procuradoria também, e entendo que isso pode não ser feito hoje, mas, quero apenas, Sr. Presidente, que as Emendas recebidas hoje, devidamente, porque a CEFOR agora tem a maioria dos membros presentes, e não contesto isso - o Ver. Cláudio Sebenelo está substituindo o Ver. Antonio Hohlfeldt e está superada uma questão anterior -, mas, em face da minha Questão de Ordem, com fundamento no art. 170, requeiro que as Emendas sejam recebidas e colocadas à parte, até a avaliação que a Presidência e a Mesa venham a dar à Questão de Ordem formulada por este Vereador.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: O Ver. Juarez Pinheiro, muito inteligente, já deve ter lido o Regimento. O art. 120, parágrafo único, é de uma clareza meridiana. Tendo três assinaturas dos membros da CEFOR, tramita a Emenda; é ponto e acabou, ponto com.br.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): É um direito do Vereador formular Questão de Ordem.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: As coisas não são tão simples assim como foram colocadas pelo Ver. Sebastião Melo. Se o parágrafo único do art. 120 fosse assim interpretado como ele disse, as Emendas poderiam ser apresentadas até no período de votação, e sabemos que o Regimento veda. Ou é possível também apresentar Emendas durante o encaminhamento de votação ou não é possível e há o limite de duas Emendas.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Ver. Juarez Pinheiro, esta Presidência em consulta à DL, na Sessão de quarta-feira, responderá devidamente a V. Ex.ª. Enquanto isso, é um direito dos Srs. Vereadores ingressarem com as Emendas se assim for o caso.

Em votação Requerimentos de retirada de tramitação da Subemenda nº 01 à Emenda nº 78, do Ver. Ervino Besson; também a retirada de tramitação da Emenda nº 33, do Ver. Ervino Besson; e da Emenda nº 65, do Ver. Reginaldo Pujol. Todas apostas ao PLE nº 26/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente, em acordo com as Lideranças, estamos requerendo a alteração na ordem dos trabalhos, para que primeiramente seja feita a reunião da Comissão Conjunta, que trata do título proposto pelo Ver. Nereu D’Avila ao Sr. Leonel Brizola; depois o PR nº 077/01, o PR nº 061/01, o PLL nº 248/01, o PLL nº 200/01, o PLL nº 259/01, o PLL nº 013/01, o PLL nº 109/01, o PR nº 082/01 e o PLL nº 118/01.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação o Requerimento do Ver. Marcelo Danéris, solicitando a alteração na ordem dos trabalhos. O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não sei nem para que lado vou, só que não fui procurado e tenho Bancada. Eu não sou homem de uma Bancada; não existe Bancada de um homem só, mas existe o Partido Humanista da Solidariedade, e eu não fui consultado para esse negócio que está sendo feito aqui, e por isso estou votando contra qualquer alteração na Ordem do Dia. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação o Requerimento do Ver. Marcelo Danéris. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com voto contrário do Ver. Haroldo de Souza.

Registramos a presença do Deputado Federal Jorge Alberto Mendes Ribeiro Filho. Sempre é uma honra a presença de V. Ex.ª neste Parlamento.

Registramos também a presença de dois brilhantes ex-Vereadores: Ver. Adão Eliseu e Ver. Hermes Dutra.

Convocamos o Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Ver. Elói Guimarães. Suspenderemos os trabalhos para a realização de uma reunião conjunta das Comissões.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 18h02min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson – às 18h09min): Estão reabertos os trabalhos.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3500/01 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 077/01, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede aos Senhores Antônio Tannous Jraige, Edson Junqueira e Silva, Irineu Ari Ademar Posselt, José Dornelles da Costa, Marco Antônio Arjonas Guillen e Raul Mendes da Rocha o título honorífico de Honra ao Mérito Atlético.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;

- da  CECE. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PR nº 077/01. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2990/01 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 061/01, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que concede o Prêmio de Alfabetização Zilah Totta ao Órgão de Gestão de Mão-de-Obra do Trabalhador Portuário Avulso do Porto Organizado de Porto Alegre/RS (OGMO).

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;

- da  CECE. Relatora Ver.ª Maria Celeste: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PR nº 061/01. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMIAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3660/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 248/01, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Júlio Heinzelmann Petersen.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;

- da  CECE. Relatora Ver.ª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 248/01.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, nós estamos votando, neste momento, o prêmio honorífico de Cidadão de Porto Alegre a um dos maiores goleiros da história do futebol do Rio Grande do Sul e do Brasil. Ver. Fernando Záchia, nós estamos votando o Título Honorífico ao Sr. Júlio Petersen. Quem propõe a concessão é o Ver. Antonio Hohlfeldt, que está sendo substituído pelo Ver. Cláudio Sebenelo. Eu pediria a verificação da Mesa para sabermos se temos condições de quórum para votarmos.

O Vereador está substituindo, não se trata do Ver. Cláudio Sebenelo, eu verifico que temos dificuldades no Plenário. Faço esse registro, que vale também como meu encaminhamento, é um dos maiores jogadores e goleiros da história do futebol gaúcho.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, quero acrescentar que Júlio Petersen é também um grande geógrafo e historiador. A coleção dele é um dos maiores acervos do Rio Grande do Sul na matéria.

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Assume neste momento o titular de fato e de direito, Ver. Fernando Záchia.

 

(O Ver. Fernando Záchia assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Encerrada a discussão. Em votação o PLL nº 248/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por 23 votos SIM, por unanimidade.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Apregoamos a Emenda nº 03 ao PLL nº 013/01, de autoria do Ver. Estilac Xavier.

 

VOTAÇÃO NOMINAL

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2987/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 200/01, de autoria da Ver.ª Helena Bonumá, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Bernard Cassen.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto;

- da  CECE. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;

- votação nominal  nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- declarada nula a votação realizada em 21/11/01, face à inexistência de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal o PLL nº 200/01. (Pausa.) Em votação Requerimento, de autoria da Ver.ª Helena Bonumá, para que seja adiada a votação do PLL nº 200/01 por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3850/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 259/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Dr. Luiz Carlos Lopes Madeira.

 

Parecer:

- da  CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto.

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, §2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 259/01. (Pausa.) Em votação Requerimento, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, para que seja adiada a discussão do PLL nº 259/01 por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0411/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 013/01, de autoria do  Ver. Aldacir Oliboni, que dispõe sobre a criação do Brique de Domingo da Usina do Gasômetro no Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com Emendas nºs 01 e 02 e Subemendas nºs 01 e 02 à Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Estilac Xavier: pela aprovação do Projeto, das Emendas nºs 01 e 02 e das Subemendas nºs 01 e 02 à Emenda nº 01;

- da  CEFOR. Relator Ver. Ervino Besson: pela aprovação do Projeto, das Emendas nºs 01 e 02 e das Subemendas nºs 01 e 02 à Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Valdir Caetano: pela aprovação do Projeto, das Emendas nºs 01 e 02 e das Subemendas nºs 01 e 02 à Emenda nº 01;

- da  CECE. Relatora Ver.ª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto, das Emendas nºs 01 e 02 e das Subemendas nºs 01 e 02 à Emenda nº 01;

- da  CEDECONDH. Relatora Ver.ª Helena Bonumá: pela aprovação do Projeto, das Emendas nºs 01 e 02 e das Subemendas nºs 01 e 02 à Emenda nº 01.

- da  COSMAM. Relator Ver. Humberto Goulart: pela aprovação do Projeto, das Emendas nºs 01 e 02 e das Subemendas nºs 01 e 02 à Emenda nº 01.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 013/01. (Pausa.)

Requerimento, de autoria da Ver.ª Helena Bonumá, solicitando a dispensa do envio da Emenda nº 03, aposta ao PLL nº 013/01, à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir o PLL nº 013/01.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, entidades aqui interessadas, Associação dos Expositores da Feira da Redenção aos sábados, com o Presidente Júlio Kerotti; a Associação dos Artistas e Expositores da Feira de sábado, com a Presidente, a Sr.ª Mirian Palazo; a Associação dos Artesãos da Feira do Gasômetro, Sr.ª Maria Alves da Silva, o Projeto que apresentei nesta Casa tem relação aos briques de Porto Alegre em três locais. Temos um Projeto que está tramitando na Casa, que é sobre o Brique da José Bonifácio, isso porque aos domingos já está regulamentado, mas aos sábados ainda não está. Outro Projeto que apresentamos sobre o brique aos domingos é sobre o Parque Saint-Hilaire, mas este que está em votação é o do brique da Usina do Gasômetro. Achamos de extrema importância que Porto Alegre tenha espaços para poder disponibilizar para aqueles profissionais que atuam nessa área, artesãos que disponibilizam seu tempo, a sua arte através dos produtos que são disponibilizados nas feiras, seja no sábado ou no domingo. E o espaço da Usina do Gasômetro é de extrema importância, porque a Cidade de Porto Alegre já a assumiu como espaço cultural, não só para caminhadas, mas para expor ali a sua arte. Sabemos que, ao longo das caminhadas que são feitas, até mesmo para visualizar o pôr-do-sol, muitos cidadãos querem poder participar desse local que Porto Alegre disponibiliza ou poderá disponibilizar aos artesãos. Esse Projeto de Lei que apresentei nesta Casa dispõe sobre a criação do Brique aos domingos na Usina do Gasômetro no Município de Porto Alegre e dá outras providências: (Lê.) “Fica criado e instituído como evento cultural, econômico, comercial e turístico do Município de Porto Alegre o Brique de Domingo na Usina do Gasômetro. O espaço destinado ao Brique de Domingo na Usina do Gasômetro será determinado por uma Comissão paritária: dois membros da Administração Municipal, sendo um representante da Secretaria da Indústria e Comércio e um representante municipal da Secretaria do Meio Ambiente; dois membros representantes dos expositores e dois membros representantes da comunidade em torno do Gasômetro. Os interessados em expor no Brique de Domingo na Usina do Gasômetro organizar-se-ão em assembléia-geral e aprovarão a convenção que regerá as atividades do Brique. A convenção elaborada pelos interessados em expor nesse Brique integrará a regulamentação desta Lei. A Administração Pública, através de seus órgãos competentes, definirá os critérios para a coordenação e fiscalização do Brique da Usina do Gasômetro.”

É importante salientar que o artesão é o profissional que detém o conhecimento do processo produtivo, sendo capaz de transformar a matéria-prima, criando ou produzindo obras que tenham uma dimensão cultural, exercendo uma atividade predominantemente manual, principalmente na fase da formação do produto, podendo contar com o auxílio de equipamentos, desde que não sejam automáticos ou duplicados em peças. Além disso, sabemos que, para ser artesão, há algumas regras fundamentais, e que quem faz esse controle é a Casa do Artesão. Cada artesão cadastrado no Programa Estadual de Artesanato terá o registro de três matérias-primas na sua carteira, sempre que o artesão solicitar a inclusão de outra matéria-prima, além de três, deverá indicar qual deverá ser excluída do registro. Para registro profissional ou inclusão da matéria-prima técnica o artesão deverá demonstrar conhecimento e domínio da atividade. A avaliação dos artesãos para registro do cadastro no Programa Estadual do Artesanato será orientada pelos seguintes critérios; pela análise do conhecimento da matéria-prima e sua aplicação, pela capacitação do domínio técnico, pela estética e pelo acabamento das peças.

Portanto, achamos de fundamental importância, e peço o apoio dos nobres pares para poder criar em Porto Alegre mais um espaço para esses profissionais exporem o seu produto do qual fazem a ferramenta ou o produto da sua sobrevivência. Achamos de fundamental importância que Porto Alegre disponibilize esse espaço e fique regulamentado o Brique da Usina do Gasômetro. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLL nº 013/01.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estamos discutindo Projeto de Lei de autoria do Ver. Aldacir Oliboni que dispõe sobre a criação do Brique de Domingo da Usina do Gasômetro no Município de Porto Alegre e dá outras providências. Eu participo dessa discussão com muita satisfação. Eu me vinculo entre aqueles que acreditaram, num determinado momento, que Porto Alegre teria condições de ter como tem no dia de hoje, um brique permanente, um marchand du puig, um mercado das pulgas. Nesse sentido, quando Secretário da Indústria e Comércio do Município de Porto Alegre, na Administração do Prefeito Villela, tive a oportunidade de ser o deflagrador do processo que gerou a constituição do Brique da Redenção, que iniciou com quarenta expositores e que mais tarde, com o Ver. João Antonio Dib na Prefeitura Municipal de Porto Alegre, e com o Ver. Mano José na Secretaria de Indústria e Comércio e com a decisão de criar arte em posição oposta ao Brique na Rua José Bonifácio, esse vem a se desenvolver de tal ordem que hoje a idéia mais forte do Brique se sucedeu à Arte Fim e a Cidade e Porto Alegre conhece e participa do Brique da Redenção que se realiza, sabidamente, em todos os domingos, com uma clientela já cativa, sendo um dos pontos tradicionais de visitação de Porto Alegre, para todos aqueles que se dirigem de outras cidades, de outros Estados e de outras Unidades da Federação.

Agora, o Ver. Aldacir Oliboni quer criar o brique de domingo da Usina do Gasômetro, brique esse que, segundo consta, já se realiza de forma não-oficial, o que é um ponto positivo, porque, honestamente, eu não acredito na possibilidade que se possa criar briques, feiras e mercados, sem que haja uma predisposição da comunidade para que isso ocorra. Parece que foi de autoria da Ver.ª Maria do Rosário, hoje Deputada Estadual, mas houve um momento, Ver. Aldacir Oliboni, que nós criamos um brique da Cidade nova ou da Cidade velha, qualquer coisa que era para ocorrer aqui na Praça Brigadeiro Sampaio. A Lei deve existir até hoje e, pelo que sei, não funciona mais nada ali. Então, V. Ex.ª me informa que já existe esse esboço de organização espontânea praticada por vários expositores que já vêm realizando, semanalmente, esse Brique da Usina do Gasômetro, o Brique do Gasômetro, como é mais usualmente conhecido, e isso nos dá a oportunidade de acreditar que não estejamos a legislar sobre o nada. Eu não acredito que uma lei municipal possa criar um brique, mas penso que se existe uma espontaneidade de formação desse brique, uma lei municipal pode não só oficializar esse brique, como também e, principalmente, estimular para que ele continue existindo e oferecendo algum regramento mínimo para que ele se realize com maior tranqüilidade. Parece-me que outra não é a fundamentação contida na Exposição de Motivos que, obviamente, é muito bem fundamentada e seja a oportunidade de partilhar do entusiasmo do Ver. Aldacir Oliboni, que cria, no art. 1º e institui como evento cultural, econômico, comercial e turístico no Município de Porto Alegre, o Brique de Domingo da Usina do Gasômetro. Repito, "fica criado e instituído como evento cultural, econômico, comercial e turístico do Município de Porto Alegre o Brique de Domingo da Usina do Gasômetro". Eu acho que esta redação foi feliz; não se está criando um brique, está-se instituindo o brique como sendo uma instituição cultural, turística, merecedora de ser apoiada pelo Executivo Municipal, que consagraria, desta forma, o esforço de um segmento expressivo da sociedade, que se organizou para criar esse espaço, destinado às atividades culturais e, também, com o sentido de implementação econômica e comercial.

Por isso, Sr. Presidente, já que o meu tempo se esgota, quero dizer que, não acreditando na possibilidade de se criarem briques por lei, vou apoiar este Projeto do Ver. Aldacir Oliboni, porque ele traz, no seu bojo, o propósito de oficializar, de consagrar uma situação preexistente, que, eu espero, se consagre no tempo pela dinâmica do seu desenvolvimento e pela participação daqueles que, espontaneamente, organizaram esse brique que, agora, a partir desta Lei, passa-se a oficializar. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir o PLL nº 013/01.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, em discussão o Projeto de Lei do Ver. Aldacir Oliboni, que pretende criar o Brique de Domingo da Usina do Gasômetro.

Os briques, quando bem elaborados, em parceria com a sociedade, têm sido, em experiências nas principais cidades do Brasil, um extraordinário sinal e experiência positiva de integração da comunidade, valorizando aspectos culturais, ambientais e assim por diante. Tomamos como exemplo um dos briques mais conhecidos do Brasil, o Brique da Redenção de autoria, e elaborado, pensado pelo então Prefeito Guilherme Socias Vilela, grande sucesso que, inclusive, revitalizou o próprio Parque da Redenção e toda a José Bonifácio. Hoje, é um marco, um exemplo da Cidade de Porto Alegre, que teve também participação ativa do Ver. Reginaldo Pujol, lembra muito bem o Ver. João Antonio Dib.

Por isso, Ver. Aldacir Oliboni, nós somos, sim, favoráveis ao Brique da Usina do Gasômetro, porque assim como o Brique da Redenção revitalizou toda aquela área, hoje, nós temos uma outra área revitalizada com a participação da sociedade, que é a Usina do Gasômetro, com ciclovia, com via para pedestres, aos domingos, feriados; com shows. Agora por que não está em tempo de introduzirmos ali o brique nos moldes do Brique da Redenção, que vai colaborar para que melhore ainda mais aquele espaço cultural e de lazer da Cidade de Porto Alegre? Os briques como um todo, quando bem administrados - e essa é a proposta do Ver. Aldacir Oliboni, que já, de uma certa forma, regulamenta como ele se dará, por representação da comunidade, dos expositores, da Prefeitura -, com a participação da sociedade, como é o Brique da Redenção, os briques como um todo são uma excelente conjugação sócio-econômico-cultural e ambiental da Cidade. Porto Alegre tem sido o exemplo há décadas nesse sentido.

Portanto, parabéns pela iniciativa, Ver. Aldacir Oliboni. Nós estamos discutindo favoravelmente a este Projeto de Lei. Deve-se pensar também, aos poucos, de uma forma parecida - está aqui o SINDILOJAS -, a revitalização do Centro, experiências como essas para podermos resgatar um outro local, referencial, histórico, cultural, mais importante da Cidade de Porto Alegre que é o Centro. Aos poucos nós também nos estamos encaminhando para isto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Encerrada a discussão do PLL nº 013/01. Em votação. O Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Sr. Ver. Paulo Brum, que preside os trabalhos: demais Vereadores, Vereadoras, aqui presentes; expositores, artesãos aqui presentes desde o início da Sessão, fazendo o seu trabalho de convencimento de todos os Vereadores, da importância deste Projeto. Eu quero falar e encaminhar favoravelmente a este Projeto do Ver. Aldacir Oliboni, Projeto importante para a Cidade, importante para os expositores, para os artesãos. Eu queria dizer que, além de Vereador, também falo como ex-Presidente da Associação dos Moradores do Centro - onde se encontra a área dessa Feira - e atual Presidente do Conselho Deliberativo da Associação de Moradores do Centro. Essa Feira, de fato, já está se desenvolvendo, mostrando que não será uma criação artificial do Executivo, nem será uma criação artificial desta Casa. Nós estaremos - ao legislar sobre essa Feira - consolidando e fortalecendo uma iniciativa que a vida já colocou para nós. Evidentemente, o êxito da Feira do chamado "Brique da Redenção", a "ArteFim", ali na José Bonifácio, coloca a necessidade de expandir essa experiência positiva para outras áreas da Cidade; não só porque há um público, uma enorme parcela da população de Porto Alegre que, aos domingos - assim como também aos sábados - vai naquele local, em busca da arte genuinamente popular, mas porque também outros artesãos surgem e o espaço da José Bonifácio é insuficiente. Então, a medida é boa para a Cidade, é boa para a população e é boa para as artesãos, porque ela divulga a arte e gera renda, que são os dois aspectos essenciais neste momento.

Eu também queria dar o testemunho de que, pessoalmente, sempre que eu tenho oportunidade de viajar, quando vou a um novo país, a uma nova cidade, o que é aquilo que logo nos atrai nesse outro local? Ir conhecer o artesanato, e a arte popular desse país. Porque, se eu vou a um shopping center - nada contra os shopping centers -, eu vou conhecer os mesmos produtos, as mesmas marcas e os mesmos equipamentos que nós vemos aqui: é a Sharp, a Motorola, é a Sanyo, é a General Motors, e assim por diante, enquanto que aquilo que é a identidade, a característica de um povo nós vamos encontrar nos mercados públicos daqueles países, nós vamos encontrar nas feiras de artesanato, onde se expressa a alma popular através dessa forma de arte, que é o artesanato.

Eu também tive a oportunidade de verificar, quando realizamos diversos seminários internacionais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, através do Centro de Debates Econômicos, Sociais e Políticos do Rio Grande do Sul, para os quais trouxemos convidados da Europa, da América do Norte, da América Latina, o interesse que essas pessoas tinham de ir conhecer a Feria de Artesanato do "Brique", onde eles não só conheciam a arte popular, mas, como diziam: "Aqui nós conhecemos o povo", que é algo tão importante para uma pessoa que vem de outro país. Eles iam lá: estava a capoeira se desenvolvendo; estavam pessoas realizando atividades políticas, como acontece lá na José Bonifácio; estavam pessoas vendendo o seu cachorrinho, passeando, fazendo o seu cooper. Então, uma pessoa que vem de outro país conhece o povo em locais como esse. Conhece lá na José Bonifácio, conhece lá no Gasômetro, e assim por diante.

Então, por tudo isso, esta Casa não pode ter dúvida sobre a necessidade de aprovarmos este novo espaço de cultura, de convivência e de geração de renda. A Bancada do PC do B está junto com o Ver. Aldacir Oliboni, que teve essa importante iniciativa importante. Nós, que já em 1996 acompanhávamos a luta dos expositores do sábado à tarde, que estavam sob a ameaça de serem afastados, não poderíamos ter outra atitude senão essa. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o PLL nº 013/01. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Em votação, em bloco, das Emendas nº 01 e nº 02 apostas ao PLL nº 013/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS por unanimidade.

Em votação as Subemendas nº 01 e nº 02, apostas à Emenda nº 01 ao PLL nº 013/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.

Em votação a Emenda nº 03 aposta ao PLL nº 013/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Constatamos que não há mais quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h49min.)

 

* * * * *